Após o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, defender que o Campeonato Paulista seja paralisado em função do agravamento da pandemia do coronavírus no Estado, a Federação Paulista de Futebol (FPF) rebateu a declaração, reforçou a posição de que o torneio deve continuar sendo disputado e listou critérios classificados como científicos, em nota oficial, para defender a continuidade dos jogos.
A recomendação do Ministério Público é de paralisação dos eventos presenciais durante a fase vermelha do Plano São Paulo, na qual atividades não essenciais são impossibilitadas de serem realizadas. O Estado entrou nessa fase no último sábado e prosseguirá nela até o dia 19.
A FPF se mostra contra a paralisação do Campeonato Paulista garantindo que o futebol segue todos os protocolos de segurança e não há a presença de público nos estádios. Mas o governador João Doria, até agora a favor da manutenção do futebol, estuda a possibilidade de suspender o Estadual. O anúncio da sua decisão deve ocorrer nesta quarta-feira.
"O futebol retomou suas atividades seguindo um rigoroso protocolo de saúde, elaborado pelos médicos de todos os clubes e pelo Comitê Médico da FPF. O documento, que vem sendo seguido à risca durante todo este período, foi aprovado pelo Centro de Contingência do Coronavírus do Governo do Estado, órgão composto pelas maiores referências médicas no combate à Covid-19. O protocolo foi, inclusive, aprovado pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Ministério Público do Trabalho, representados em audiência de mediação pré-judicial para o retorno do futebol, em junho. Elogiado por todos os especialistas, o documento veta acesso do público aos estádios, estabelece testes recorrentes aos profissionais dos clubes e limita a quantidade de pessoas envolvidas na organização, fazendo das partidas locais seguros", afirmou a FPF em nota oficial, também citando que outros países seguiram com as competições esportivas mesmo durante a adoção de lockdowns rigorosos.
"A recomendação vai na contramão do combate à Covid-19 no mundo, como em países que realizaram rigorosos lockdowns em meio à segunda onda e mantiveram o futebol profissional em atividade. Nações como Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos, mesmo com medidas extremamente restritivas à população, seguiram com suas ligas em atividade, sob o correto conceito técnico de que os jogos de futebol não são, sob nenhuma hipótese, locais que sugerem qualquer tipo de contaminação. E, além disso, o futebol é um importante entretenimento à população neste trágico momento que vivemos", acrescentou.