A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne, insistiu neste domingo (29) que o plano do governo de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos "não é mais negociável", irritando ainda mais os parlamentares opositores e os sindicatos que planejam novos protestos em massa e greves nesta semana.
Aumentar a idade de aposentadoria é parte de um projeto de lei amplo que é a principal medida do segundo mandato do presidente Emmanuel Macron. O projeto de lei encontra resistência popular generalizada – mais de 1 milhão de pessoas marcharam contra ele no início deste mês – e mal-entendidos sobre o que significará para os trabalhadores franceses de hoje.
Em entrevista à rádio <i>France-Info</i>, transmitida no domingo, Borne afirmou que a idade "não é mais negociável". Aposentadoria aos 64 anos e aumento do número de anos necessários para receber uma pensão completa "é o compromisso que propusemos depois de ouvir organizações patronais e sindicatos", disse ela.
Uma petição online liderada por sindicato contra o plano de aposentadoria teve um aumento de novas assinaturas após os comentários de Borne. Os oito principais sindicatos da França estão em negociações sobre uma resposta conjunta às suas observações, de acordo com funcionários das entidades FO e CFDT.
O governo diz que a reforma é necessária para manter o sistema previdenciário solvente, já que a expectativa de vida na França aumentou e as taxas de natalidade diminuíram. "Nosso objetivo é garantir que em 2030 tenhamos um sistema financeiramente equilibrado", disse Borne.
Sindicatos e partidos de esquerda querem que grandes empresas ou famílias mais ricas contribuam mais para equilibrar o orçamento previdenciário.
O projeto de lei vai para uma comissão parlamentar na segunda-feira (30) e para um debate completo na Assembleia Nacional em 6 de fevereiro. A oposição apresentou 7.000 propostas de emendas, que complicarão ainda mais o debate. Fonte: Associated Press.