O governo francês anunciou nesta quinta-feira, 16, que irá impor novas restrições a viagens com destino ou partida do Reino Unido a partir de sábado, 18, "em face da disseminação extremamente rápida da variante Ômicron (em território britânico)", disse o primeiro-ministro francês, Jean Castex, em um comunicado.
Quem viajar do Reino Unido para a França precisará apresentar um teste negativo para covid-19, feito a menos de 24 horas, e precisará fazer um novo teste na chegada. Além disso, será exigido um período de isolamento mínimo de 48 horas, que pode ser cumprido em lugar escolhido pelo próprio passageiro, segundo afirmou o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, em entrevista à emissora de televisão <i>BFM</i>.
Para viagens com destino ao Reino Unido, saídas da França, as restrições do governo só se aplicam aos cidadãos franceses, que precisarão comprovar que a viagem está relacionada ao tratamento de algum problema de saúde urgente ou um motivo legal. As medidas serão aplicadas tanto a viajantes vacinados quanto a viajantes não vacinados.
Cidadãos de qualquer país da União Europeia ainda podem entrar na França vindos do Reino Unido, além de cidadãos não pertencentes à UE com uma autorização de residência de longa duração ou visto de longa duração, e algumas outras categorias, incluindo caminhoneiros que estão apenas em trânsito pela França, diplomatas e profissionais de saúde. Todos os outros estrangeiros não são permitidos.
A mudança interrompeu repentinamente os planos de viagens em ambos os lados do Canal da Mancha na semana que antecede o Natal. Mais de 90 mil assentos estavam disponíveis em centenas de voos programados entre França e Reino Unido, de acordo com a empresa de análise de aviação Cirium. Com as novas regras, porém, eles devem estar praticamente vazios.
O endurecimento das restrições ao Reino Unido ocorre após semanas de tensões políticas entre os países sobre os direitos de pesca pós-Brexit e de como lidar com a migração em pequenos barcos através do Canal da Mancha, o que fez muitos viajantes questionaram se as medidas tem orientação política. Autoridades britânicas questionaram inicialmente a eficácia do bloqueio.
Com a Ômicron espalhada por todos os continentes, a criação de uma "lista vermelha" para limitar viagens "não seria eficaz ou proporcional", disse Max Blain, porta-voz do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Blain disse ainda que Johnson não tinha falado com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a mudança e que o premiê não planeja tomar uma medida recíproca.
O Reino Unido registrou o maior número de novas infecções por covid-19 na quarta-feira, e autoridades de saúde britânicas alertaram que a situação deve piorar. (Fonte: Associated Press).