Manifestantes franceses bloquearam a estrada que leva a um terminal do principal aeroporto de Paris e a polícia entrou em confronto e disparou nuvens de gás lacrimogêneo em outras cidades francesas na mais recente rodada de greves e protestos contra as reformas previdenciárias do presidente Emmanuel Mácron nesta quinta-feira, 6.
A operadora do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, disse que cerca de 100 manifestantes bloquearam a via de acesso ao Terminal 1 e entraram no prédio. Os voos não foram afetados.
Em Paris, a polícia foi alvejada por projéteis quando o protesto chegou ao La Rotonde, um restaurante frequentado por Macron durante a eleição presidencial de 2017 que o elegeu. Algumas partes do toldo do estabelecimento foram incendiadas. Pelo menos 20 pessoas foram detidas pela polícia na capital francesas. Os grevistas fecharam novamente a Torre Eiffel.
Policiais dispersaram manifestantes violentos, que eram minoria, com gás lacrimogêneo depois que eles destruíram uma agência do banco Crédit Agricole. Um membro da tropa de choque de Paris ficou momentaneamente inconsciente após ser atingido por um paralelepípedo. O agente recuperou rapidamente a consciência.
Em Lyon, a polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar uma multidão do lado de fora de uma cafeteria Nespresso, que estava sendo saqueada. Multidões em grande parte pacíficas marcharam atrás de bandeiras e faixas coloridas dos sindicatos em Marselha, na costa do Mediterrâneo, Bordeaux no sudoeste, Lyon no sudeste e outras cidades.
Na cidade de Nantes, no oeste, tratores ruidosos juntaram-se ao desfile de manifestantes e espessas nuvens de gás lacrimogêneo da polícia foram lançadas contra os manifestantes. O uso de gás lacrimogêneo policial também foi relatado em Lyon e na cidade de Rennes, na Bretanha.
Apesar de tudo, o número de grevistas caiu desde o início dos protestos em janeiro, principalmente no setor de transportes. Cerca de 400 mil pessoas se juntaram ao protesto em Paris hoje, contra 450 mil na semana anterior, disse o sindicato CGT. As estimativas do Ministério do Interior sobre o número de manifestantes ainda não estavam disponíveis, mas costumam ser muito mais baixas.
As negociações entre líderes sindicais e a primeira-ministra Elisabeth Borne terminaram ontem sem um avanço, preparando o terreno para o retorno dos manifestantes às ruas. Os sindicatos convocaram mais um dia de protestos para 13 de abril – a próxima quinta-feira.