A segunda-feira na Europa foi marcada pela divulgação de compromissos entre nações mais ricas de receberem refugiados vindos de países em conflito. A França e o Reino Unido anunciaram planos de receber respectivamente 24 mil e 20 mil pessoas como forma de lidar com a maior crise de refugiados no continente desde a Segunda Guerra Mundial. A proposta de cotas na União Europeia para receber aqueles que fogem das guerras têm sofrido oposição sobretudo da Hungria.
Outras nações também se comprometeram a receber refugiados. A Bélgica anunciou nesta segunda que irá aceitar 250 “refugiados de guerra”. O Chipre disse estar pronto para receber cerca de 300 pessoas. A Irlanda disse que vai aceitar 520 refugiados sírios enquanto a agência das Nações Unidas para refugiados noticiou que a Finlândia deverá aceitar 1,05 mil pessoas. Já a Polônia afirmou que receberá 150 refugiados sírios cristãos.
Ao todo, a União Europeia espera receber e distribuir entre os países 120 mil refugiados, segundo informou hoje o presidente da França. François Hollande. França e Alemanha pressionam por um sistema de cotas em que os países da UE aceitem receber imigrantes de acordo com o tamanho de sua população e sua riqueza. Esse sistema tem recebido objeção de países que argumentam que a imigração é uma questão de política nacional e soberania.
Na Alemanha, a maior economia do continente, a chanceler Angela Merkel reiterou seu pedido aos parceiros europeus para trabalharem juntos para encontrar uma solução para a crise. Funcionários disseram que esperavam 800 mil pedidos de asilo na Alemanha apenas neste ano. Na segunda-feira, a coalizão governista do país decidiu gastar 6 bilhões de euros (US$ 6,68 bilhões) a mais com a questão dos pedidos de asilo e reforçar as regras para aqueles que buscam abrigo.
No fim de semana, 22 mil imigrantes cruzaram a fronteira da Hungria via Áustria para a Alemanha, segundo estimativas de policiais. “O que estamos vendo agora irá ocupar e mudar nosso país nos próximos anos”, afirmou Merkel. “Nós vivemos um fim de semana de tirar o fôlego.”
Já o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse numa reunião de diplomatas húngaros que a ideia de cotas não faz sentido já que há livre trânsito de pessoas na UE. “Como isso vai funcionar, alguém já pensou?”, questionou.
A Hungria se tornou o foco da atenção internacional por conta da administração dos milhares de requerentes de asilo provenientes do Oriente Médio e Afeganistão, enquanto enfrentava críticas crescentes, tanto do exterior quanto no país. O ministro da Defesa do país, Csaba Hende, renunciou nesta segunda-feira, após uma reunião de gabinete. Fonte: Associated Press.