A França pediu nesta terça-feira a seus parceiros da União Europeia que acelerem os esforços para interromper o financiamento de grupos extremistas, quase um mês após os atentados em Paris. “Todos os países estão sob ameaça de terrorismo e todos têm de fazer o necessário para combater o financiamento ao terrorismo”, disse à imprensa o ministro das Finanças francês, Michel Sapin.
Os ministros das Finanças da UE se reúnem em Bruxelas nesta terça-feira para debater formas de monitorar melhor as transferências financeiras, controlar os cartões bancários pré-pagos, congelar ativos e limitar movimentos de dinheiro em espécie e metais preciosos.
A Comissão Europeia estabelecerá um calendário para adotar medidas, após o processo ganhar nova urgência diante dos atentados de 13 de novembro, que deixaram 130 mortos.
Sapin, porém, advertiu que “as datas para adotar essas medidas ficam muito distantes”. “Os terroristas estão aí, portanto devemos atuar mais depressa”, afirmou ele. Algumas das medidas foram anunciadas após os ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado judaico de Paris em janeiro e dos disparos contra um debate sobre a liberdade de expressão organizado em Copenhague no mês seguinte, mas agora estão sendo feitas mais propostas.
A França quer aumentar as competências das equipes de espionagem financeira que analisam as transações suspeitas, trabalhar com os Estados Unidos para compartilhar dados de “finanças terroristas” e melhorar o sistema para congelar ativos.
Também pede controles mais rígidos e uma maior transparência no uso de moedas virtuais ou formas de dinheiro eletrônico como cartões pré-pagos, que permitem enviar pequenas quantidades de dinheiro.
Paris também pediu mais controles fronteiriços e a transferência de dinheiro em espécie, ouro, metais preciosos e cartões pré-pagos e mercadorias, já que só se exige a declaração nas aduanas se o valor superar 10 mil euros (US$ 10.860). As medidas incluiriam uma campanha contra o tráfico ilegal de bens culturais, em meio ao temor de que os extremistas vendam ou contrabandeiem objetos saqueados de museus ou sítios arqueológicos.
O ministro das Finanças da Holanda, Jeroen Dijsselbloem, disse que as novas leis devem ser aprovadas o mais rápido possível. “Precisamos delas muito rápido e temos que tentar acelerar o processo de implementação”, afirmou ele. Fonte: Associated Press.