O partido do candidato conservador à presidência da França, François Fillon, começa preparar um substituto para a sua candidatura, informam veículos de mídia franceses, à medida em que sua campanha sofre com denúncias de corrupção e sua equipe vem sofrendo com uma onda de demissões nos últimos dias.
Alain Juppé, atual prefeito de Bordeaux, perdeu para Fillon nas prévias do partido Les Republicains no ano passado. No entanto, seu nome começa a circular novamente e já lidera em ao menos uma pesquisa de intenção de voto, ao passo que a campanha do deputado por Paris parece naufragar em meio a acusações de que teria empregado mulher e filhos durante anos em cargos fantasma.
Na manhã desta sexta-feira, o porta-voz de Fillon, Thierry Solère, foi o mais novo membro da equipe a deixar o posto. Antes dele, Vincent Le Roux, codiretor adjunto da equipe de campanha, e David Teillet, que foi chefe de gabinete de Jupé durante as primárias, entre outros nomes, haviam renunciado às suas funções.
Segundo o jornal Les Echos, Juppé condicionou sua candidatura a dois fatores: que Fillon se retire da corrida e que seu nome seja unanimemente aclamado pelo partido, que também tem o ex-presidente Nicholas Sarkozy entre seus representantes.
A candidatura de Juppé teria capacidade inclusive tirar a candidata ultraconservadora Marine Le Pen segundo turno. De acordo com pesquisa feita pelo Odoxa-Dentsu Consulting e divulgada esta manhã pelo canal France 2, caso concorresse, ele teria neste momento 26,5% das intenções de voto, contra 25% do centrista Emanuel Macron e 24% da candidata eurocética.
Caso Fillon mantenha sua candidatura, por outro lado, ele seria eliminado de um eventual segundo turno. Segundo a mesma pesquisa, ele teria 19% dos votos, atrás de Macron (27%) e Le Pen teria (25,5%). Em ambos os casos, a margem de erro de três pontos para cima e para baixo.
Na quarta-feira, Fillon afirmou que não abandonaria sua candidatura, apesar de ter sido convocado para depor no caso que investiga as acusações preliminares dele ter empregado sua esposa como funcionária fantasma no cargo de assessora parlamentar quando ele era deputado.