Com um aporte de R$ 200 milhões, a rede francesa Accor assumirá a gestão de 26 hotéis da Brasil Hospitality Group (BHG), dos fundos GP Investments e GTIS Partners. Dos 18 hotéis em que a BHG detém 100% de participação, a empresa continuará com a administração de apenas um, o Marina Palace Hotel, localizado no Leblon, no Rio de Janeiro.
Dona de R$ 1,2 bilhão em ativos hoteleiros e, até então, administradora de 50 empreendimentos (tendo participação em 29 deles), a BHG informou que a transação vai garantir recursos para ampliar seus investimentos em novas unidades.
“Para a BHG, o fundamental é ser proprietária de ativos”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo o presidente da companhia, Alexandre Solleiro. Apesar de passar para a Accor a administração de parte de seus hotéis, a empresa continuará sendo proprietária ou acionista dos empreendimentos.
De acordo com o executivo, a redução no número de hotéis sob gestão da BHG é temporária, e a intenção é voltar a crescer no segmento. Hoje, a companhia é a terceira maior operadora hoteleira do País – a Accor é a primeira.
Marcas
Além dos R$ 200 milhões injetados na transação, a Accor pretende investir mais R$ 100 milhões para reformar as unidades que passará a administrar. Até o fim de 2019, as obras deverão estar concluídas. Os hotéis vão passar a usar as bandeiras da rede francesa, entre elas ibis, Mercure, Novotel e Mama Shelter.
A aquisição dos contratos faz parte da estratégia da Accor de atingir a marca de 500 hotéis na América do Sul até 2020, sendo 400 deles no Brasil. Atualmente, 252 das 289 unidades da rede na região estão no País.
Só neste ano, sem considerar os hotéis da BHG, 30 empreendimentos deverão começar a operar no Brasil, o quarto principal mercado para a companhia, depois da França, da Alemanha e do Reino Unido.
Crise
Apesar de não diminuir o ritmo de seu projeto de expansão, a companhia tem sentido os efeitos da crise. Ela registrou retração de 2% no faturamento no Brasil em 2016, segundo ano consecutivo de queda.
Para o presidente na América do Sul e no Brasil, Patrick Mendes, o desempenho foi melhor do que o esperado, já que o segmento recuou 6,5%. Mendes projeta uma expansão de 4,5% para 2017.
A operação entre BHG e Accor ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.