O novo chanceler brasileiro, o embaixador Carlos Alberto Franco França, ligou neste sábado, 10, para seu homólogo argentino, Felipe Solá, e demonstrou disposição em "aprofundar e diversificar" as relações bilaterais com o país vizinho. "França destacou a importância que a relação com nosso país tem para o Brasil", diz um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Argentina.
A nota divulgada pelo governo de Alberto Fernández também informa que, durante a conversa, o chanceler argentino e o chefe do Itamaraty trataram da agenda regional e das relações entre os países que fazem parte do Mercosul. "O novo chanceler brasileiro chamou Felipe Solá para cumprimentá-lo e manifestar sua abertura para tratar de todos os assuntos da agenda entre as duas nações durante sua gestão à frente da diplomacia brasileira", diz um trecho do documento.
Questões relacionadas ao transporte terrestre de mercadorias entre os dois países, no contexto da pandemia de covid-19, também estiveram no centro do diálogo. Segundo o Ministério das Relações Exteriores argentino, Solá e França concordaram em cooperar para garantir os fluxos comerciais nas fronteiras.
O novo chanceler brasileiro tomou posse em 6 de abril, em um evento fechado, sem transmissão ao vivo. De acordo com um comunicado do Itamaraty, ele prometeu que não haverá preferências ou exclusões na atuação do País no exterior. "Meu compromisso é engajar o Brasil em intenso esforço de cooperação internacional, sem exclusões. E abrir novos caminhos de atuação diplomática, sem preferências desta ou daquela natureza", afirmou o embaixador, conforme a nota do MRE.
França foi indicado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em 29 de março. O antecessor dele, Ernesto Araújo, chegou a criticar em dezembro de 2020 a aprovação de um projeto de lei no Congresso da Argentina que legalizou o aborto até a 14ª semana de gestação. A proposta foi uma iniciativa do presidente Alberto Fernández. "O Brasil permanecerá na vanguarda do direito à vida e na defesa dos indefesos, não importa quantos países legalizem a barbárie do aborto indiscriminado, disfarçado de saúde reprodutiva ou direitos sociais ou como quer que seja", escreveu Araújo em sua conta no Twitter na ocasião.