Poucas séries foram capazes de criar uma empatia tão grande com seu público quanto o que ocorreu com <i>Friends</i>. A criação de David Crane e Marta Kauffman ultrapassou a barreira do tempo e se mantém, mesmo após 17 anos de seu encerramento, conquistando um novo público, além de manter um grupo de fãs dos seis amigos, que não economiza esforços para continuar revendo todos os episódios. Foi em 1994 que surgiram na telinha da TV os jovens e inseparáveis amigos Rachel (Jennifer Aniston), Mônica (Courteney Cox), Phoebe (Lisa Kudrow), Joey (Matt LeBlanc), Chandler (Matthew Perry) e Ross (David Schwimmer).
Mesmo hoje em dia sendo criticada por alguns pontos em seu roteiro que não são mais bem-vistos, <i>Friends </i>tem suas qualidades e, se conquistou uma legião de fãs, certamente alguma coisa positiva e interessante tem aí, seja no texto, que une humor e agilidade em suas falas ou na atuação dos atores, que assumiram com empenho seus personagens, o que acabou os tornando reconhecidos pelos mesmos. Talvez por esse detalhe demonstram constantemente em entrevistas o fardo que é estar tão ligado a um personagem. Um peso, por vezes, mas que tem suas recompensas. No caso, o vultoso montante que ganharam com a série. Pelo que se sabe, quando a série começou, cada ator recebia pouco mais que US$ 22 mil por temporada, valor que saltou para um milhão na última.
E os números acompanharam as crescentes conquistas de público e crítica. Para se ter uma ideia, e por motivo de curiosidade, em 2014, a Netflix apostou suas fichas no seriado, a ponto de investir US$ 118 milhões para ter o direito de manter Friends em seu catálogo. Não suficiente, para manter a série por mais tempo, então, em 2018, foram mais US$ 100 milhões. Mas essa mina de ouro não ficaria com a gigante do streaming por mais tempo – a partir da entrada no mercado da HBO Max, plataforma da WarnerMedia, <i>Friends </i>passou para outra casa, a qual deve chegar por aqui apenas em junho. Nos Estados Unidos, começou a operar no ano passado e vai exibir, no dia 27 de maio, o aguardado especial Friends: The Reunion, que conseguiu a sonhada reunião dos atores da série original.
Ao todo, <i>Friends </i>conta com 10 temporadas, que somam 236 episódios. Mas não foi somente o público que se apaixonou pela produção, o que fica claro com o número de prêmios recebidos ao longo da trajetória. Foram seis estatuetas do Emmy, uma do Globo de Ouro, SAG Awards, entre outros.
O público brasileiro conheceu a série em 4 de fevereiro de 1996, quando estreou aqui o primeiro episódio. Chegou a ser exibida em canais abertos, o que facilitou a conquista dos fãs brasileiros, na época. A história dos seis amigos, que não se separam e compartilham suas vidas entre si, começa com Rachel (Aniston) fugindo de seu casamento e indo para Nova York para receber o apoio da amiga Monica Geller (Cox), com quem passará a dividir o apartamento. E não poderia encontrá-la em outro lugar a não ser no que viria a se transformar no ponto central da trama, o Central Perk. A partir daí, Rachel passará a integrar o grupo, que passa a ter os seis personagens. Mas será ainda nesse primeiro episódio que veremos Ross (Schwimmer), que é irmão de Monica, se separando de sua mulher, que espera um filho dele, mas que assumiu sua homossexualidade e decidiu acabar com o casamento. Ele está arrasado, mas vê uma luz ao reencontrar sua paixão de juventude, Rachel.
As várias histórias vividas pelo sexteto também contaram com inúmeras participações especiais, que chegou a um total de 149. Entre os nomes que surgiram em cena, estão Brad Pitt, que nessa época namorava Jennifer Aniston e surgiu na série um amigo de Ross que não gostava de Rachel na época do colégio; Julia Roberts entrou em cena para se vingar de Chandler, que a rejeitou na época da escola – Julia viria a ter um relacionamento com o ator Matthew Perry; Sean Penn, que foi namorado da Úrsula, irmã gêmea da Phoebe; Jane Lynch, impagável com sua voz esganiçada interpretou a corretora Sue; Robin Williams e Billy Crystal também deram uma passadinha pelos Central Perk.
Como na maioria das séries, tanto a direção quanto o roteiro ganharam a assinatura de vários nomes. Por ser uma produção longeva e com tantas histórias contadas, 18 diretores estiveram à frente das gravações, com Schwimmer, o Ross, entre eles. Desse total geral, 22 tiveram mulheres como diretoras: Gail Mancuso, Dana Piazza, Pamela Fryman, Arlene Sanford, Ellen Gittelsohn e Mary Kay Place. Na equipe responsável pelo texto, que era encabeçada pelos criadores da série Marta Kauffman e David Crane, 51 roteiristas foram responsáveis pelas aventuras dos amigos, como Adam Chase, que participou da elaboração de 31 episódios. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>