A Fórmula 1 rejeitou nesta quarta-feira o pedido da Andretti Global para entrar no calendário do campeonato a partir da temporada 2025. O time americano, de Michael Andretti, terá que esperar ao menos até 2028 para tentar novamente ingressar no Mundial de F-1.
Em longo comunicado, a F-1 afirmou em sua decisão que não acredita que a Andretti seria uma equipe competitiva no campeonato, que o nome Andretti não agregará o valor ao Mundial e que entrar no grid nos próximos dois anos seria um desafio que Andretti nunca enfrentou antes, apesar da sua longa história no automobilismo.
"Não acreditamos que haja base para a admissão de qualquer novo candidato em 2025, uma vez que isso envolveria um novato construindo dois carros completamente diferentes em seus primeiros dois anos de existência. O fato de o requerente se propor a fazê-lo dá-nos motivos para questionar a sua compreensão no âmbito do desafio envolvido", escreveu a cúpula da F-1.
"A Fórmula 1, como auge do automobilismo mundial, representa um desafio técnico único para os construtores de uma natureza que o candidato (Andretti) não enfrentou em nenhuma outra fórmula ou competição em que tenha disputado antes. Com base nisso, não acreditamos que o requerente seja um participante competitivo."
No mesmo documento, a cúpula da F-1 registrou que está ciente da parceria entre a Andretti e a General Motors, através da marca Cadillac, para uma nova investida, no futuro. A F-1 indicou ver com bons olhos a ideia de a GM criar um motor próprio para entrar na competição após as mudanças nas unidades de potência, previstas para 2026.
O processo de entrada da Andretti na F-1 neste momento se tornou mais complicado com esta parceria porque a previsão da GM é de ter o motor somente em 2028. Se a GM acelerasse o processo, isso colocaria a F-1 numa situação difícil por se tratar de uma das maiores montadoras do mundo, principalmente num momento em que o campeonato ganha força nos Estados Unidos.
O país sediou três corridas na temporada passada, mais do que qualquer outro país, e várias empresas americanas, como American Express, Visa, Oracle, Meta e MoneyGram, assinaram contrato como patrocinadores de equipes nas últimas três temporadas.
Michael Andretti não respondeu imediatamente a um pedido de entrevista da agência The Associated Press. Seu pai, Mario, é o campeão mundial de F-1 em 1978, e Michael correu 13 corridas em uma única e decepcionante temporada de 1993.
Mario e Michael defenderam o esforço para entrar na F-1 criando uma equipe totalmente americana que provavelmente contaria com Colton Herta, como piloto, atualmente na Fórmula Indy. A F-1 tem apenas uma equipe de propriedade americana – a Haas, que não coloca carros para nenhum piloto americano – o único piloto dos EUA no grid atualmente é Logan Sargeant, na Williams.
A resposta da F-1, nesta quarta, é um grande baque para Andretti. O americano já tinha um retorno favorável da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que havia aceitado pedido da equipe americana de ampliar o grid de largada da F-1, em julho do ano passado. Mas a cúpula do campeonato levou seis meses para tomar uma decisão não favorável a Andretti.