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Frozen in Concert revive animação com música ao vivo

Quando foi lançada em 2013, a animação <i>Frozen – Uma Aventura Congelante</i> logo se tornou uma febre para o público infantil. Na internet, o que não faltou foi versão das canções feita por mães, pais, tios, avós – não importava a idade, o que valia era mesmo interpretar as cenas mais emblemáticas. Pois o público saudoso da história das irmãs Anna e Elsa vai poder matar saudade com o espetáculo <i>Frozen in Concert</i>, que estreia nesta quinta, 13, no Parque Villa-Lobos.

Em uma tenda montada no parque, haverá a projeção do filme em um telão de Led, medindo 12mx5m. Mas será uma apresentação além de uma sessão de cinema, pois terá música tocada ao vivo, com 67 músicos no palco, sob a regência da maestrina Natalia Larangeira. Para completar o espetáculo, que tem direção de Ulysses Cruz, 20 atores e cantores vão interpretar as canções ao vivo.

Com vários nomes do teatro musical compondo o elenco, Letícia Soares e Giulia Nadruz foram as escolhidas para dar voz às princesas Elsa e Anna, respectivamente. As duas atrizes revelam a ansiedade para subir ao palco para fazer um espetáculo como esse, que se difere do que estão acostumadas a interpretar. "A gente trabalha bastante com teatro musical, mas esse in concert é um formato bem diferente do que estamos acostumadas a fazer", afirma Giulia, em entrevista ao Estadão. "Aqui temos o filme passando simultaneamente, o que exige total sincronia nossa com a exibição", diz.

<b>PERSONAGENS</b>

"Esse filme tem um lugar tão marcado no coração das pessoas, por isso temos a responsabilidade não só de atender como de superar a expectativas do público", avalia Letícia. Será nesse momento, em cima do palco, com tudo em andamento, que a magia se dará, e tudo fará sentido, acredita a atriz. Segundo as duas protagonistas, o espetáculo é uma homenagem às personagens, em meio a essa atmosfera proposta na trama. Mas não se trata de uma interpretação ao pé da letra, explicam. "As pessoas vão olhar e identificar que é Elsa e Anna, mas é uma versão dentro do conceito de concerto. A essência das personagens está lá, mas com uma roupagem inédita", afirma Giulia.

Apesar de experiente nessa área de musicais, Letícia revela que se trata de um desafio para ela. "Essa é a beleza do teatro, a cada novo trabalho a gente tem a oportunidade de adquirir novas habilidades", diz a atriz. Para ela, tudo propiciou o crescimento profissional e exigiu dedicação maior, como "se debruçar em aulas de canto, procurar a barra da saia da fono, estudo diferenciado em casa", é isso o que acrescenta um novo trabalho. "É muito gratificante estar em cena e colocar em prática o que conseguimos com o nosso preparo."

Além disso, ela destaca a questão da representatividade. "Ter uma Elsa negra no palco é mostrar para as crianças que tudo é possível, que os sonhos são realizáveis, para além do que a sociedade impõe, e agora sou espelho", reflete a atriz sobre seu papel social.

Dubladora oficial da personagem Bela, da Disney, Giulia conta que há muito tempo vinha realizando trabalhos dentro de um universo mais clássico, explorando muito o canto lírico, bem diferente do que tem agora em Frozen in Concert. Para ela, foi muito interessante voltar a esse lugar mais moderno. "O gostoso da nossa profissão, especialmente, é você poder migrar, brincar, experimentar coisas diferentes", afirma.

<b>SINCRONICIDADE</b>

Segundo as duas cantoras, um dos maiores desafios, sem dúvida, foi o de cantar em sincronia com o filme, algo que nunca tinham feito antes. A preparação para o espetáculo exigiu muito delas, mas num período curto de 15 dias de preparação. "Nós treinamos bastante nessas últimas semanas de ensaio para conseguir executar esse repertório de forma extremamente sincronizada com o filme, por que é essa experiência que a gente se propõe", conta Giulia, com Letícia compactuando com a colega. Para as duas, outro desafio foi "ser a personagem, ao mesmo tempo não sendo". Aí entram as instruções do diretor, Ulysses Cruz, sobre a conexão entre todos no palco. "Pedi aos atores que não usassem o filme como base, prefiro uma desconstrução para criar algo novo", afirmou. "Também pedi que não olhassem para a orquestra. A aposta é na interpretação."

O resultado do esforço do elenco deverá ser exatamente acompanhar o filme mas sem estar olhando para ele. Para isso, Giulia e Letícia assistiram muitas vezes à animação para, como contam, chegar a ponto de não precisar fazê-lo agora. "Sabemos de cabo a rabo todas as falas, treinamos, e agora vamos estar de frente para o público e de costas para o filme", descreve Giulia. "De vez em quando, na visão periférica, vendo a maestrina, e confiando no clique, via fone que usamos para não perdermos o tempo e dar essa sensação de sincronicidade", complementa Letícia.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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