Sem salário desde outubro de 2009, as funcionárias da creche Deus Vivo, instituição conveniada à Secretaria Municipal de Educação, fechada em dezembro, finalmente receberam os salários atrasados. Elas protestaram na manhã desta quianta-feira, no Paço Municipal, com faixas, apitos e cornetas.
A instituição teve contrato suspenso por irregularidades na prestação de contas. Porém, continuou atendendo crianças, mas o repasse financeiro foi cortado e os funcionários não receberam os salários.
As manifestantes foram pela segunda vez em três meses à sede da administração municipal. De acordo com a presidente do Sindicato dos Professores e Professoras (Sinpro) de Guarulhos, Andréa Harada, as 50 funcionárias da creche conveniada tinham recebido a confirmação do chefe de gabinete, Rafael Paredes, de que o pagamento seria efetuado até o dia 20 de junho. "A promessa não foi cumprida, isto é exploração e assédio moral".
A professora Jaqueline Soares da Silva, 23, está gestante e diz que se sente indignada. "Não recebo desde outubro de 2009 e não pude comprar o enxoval do meu bebê, que nasce nas próximas semanas. Fico indignada. É uma falta de respeito com o ser humano".
Após uma manhã inteira de protesto, as funcionárias conseguiram uma reunião com Rafael Paredes, juntamente com o secretário de Governo, João Roberto. Por volta das 18h, as funcionárias se dirigiram à Secretaria de Finanças e receberam os cheques com o valor atrasado, ficando pendentes apenas os direitos trabalhistas.
Censura à imprensa – Durante a manifestação das funcionárias da creche conveniada Deus Vivo, a entrada de profissionais da imprensa local no Paço Municipal foi barrada. Os repórteres conseguiram entrar após longo período do lado de fora do portão, quando jornalistas da assessoria de comunicação da Prefeitura chegaram ao local.
A equipe de reportagem do Guarulhos Hoje conseguiu entrar, pois acompanhou os manifestantes no momento de chegada à sede da Prefeitura, quando os portões ainda estavam abertos, como ficam cotidianamente.