A decisão da Justiça de suspender os direitos políticos do deputado federal, Paulinho da Força (SDD), presidente da Força Sindical, é mais uma bomba contra o movimento sindical no Brasil. Não se trata de mais um político pego envolvido em falcatruas. Neste caso, o líder “trabalhista” cai por uma velha prática conhecida do meio em todo o país há muito tempo. Uso de recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para a contratação de empresas para ministrar cursos de qualificação profissional de forma bastante nebulosa.
Máquina registradora
Além do imposto sindical, contribuição compulsória que todo trabalhador é obrigado a fazer com um dia de serviço por ano, os recursos do FAT alimentam os cofres dos sindicatos. Sem generalizar, mas muitos deles, inclusive, se tornaram nas últimas décadas verdadeiras máquinas de fazer diretores ganharem muito dinheiro, sem grandes esforços. Talvez por isso muitos dirigentes, que não largam o osso de jeito algum, acumulam verdadeiras fortunas à frente das entidades. Não à toa, ao mesmo tempo em que veem o fim do imposto sindical a partir da reforma trabalhista, podem cair em desgraça com a abertura definitiva da caixa preta do FAT.
Se a moda pega…
Caso o Ministério do Trabalho resolvesse fazer uma devassa nas contas de alguns sindicatos, não seria de se estranhar que muitos presidentes fossem pegos com a boca na botija. Em Guarulhos, apesar de haver entidades sérias que realmente representam os trabalhadores e defendem seus interesses, há outras em que os presidentes se comportam como verdadeiros donos da lojinha. Tanto que se perpetuam no poder, manuseando a seu bel prazer os estatutos de forma que consigam reeleições seguidas.
Ramos diversificados
Para justificar a riqueza, alguns deles se utilizam de empresas fantasmas dos mais diferentes ramos de atividade. Reza a lenda que, em Guarulhos, um deles mantém um negócio, que envolve terceirização de mão de obra (o terror das causas sindicais), do outro lado da rua da entidade que preside em nome de uma pessoa da família. Com tais manobras, muitos acreditam que nunca serão pegos. Esquecem-se apenas que alguns rabos ficam para trás. E que, uma hora ou outra, a casa pode cair.
Sem trégua
Mal desembarcou de volta da China, em um voo de mais de 24 horas, o prefeito Guti (PSB) já estava nesta segunda-feira em seu gabinete. No início da noite, ele – ao lado do vice Alexandre Zeitune (Rede) – estava à frente de encontro com representantes das secretarias do Trabalho e de Assistência Social, tratando de convênios com o Governo do Estado. À noite, ainda gravou uma live para contar como foi sua estada em terras chinesas.