Quem aplicou dinheiro em fundos de pensão brasileiros nos últimos sete anos não deve ter motivos concretos para reclamar. Com rendimento real de 28,56% desde 2008, os fundos de pensão do Brasil estão entre os cinco de maior retorno sobre aplicações no mundo.
A informação consta de levantamento realizado pelo Núcleo Técnico da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) a que o Broadcast, serviço tempo real da Agência Estado, teve acesso com exclusividade. Em termos nominais, a rentabilidade dos fundos brasileiros nos últimos sete anos foi de 89,7%.
Vale ressaltar que os fundos de pensão são o único investimento de longo prazo com incentivo tributário. O investidor pode abater até 12% da renda na declaração anual de impostos. No caso dos que optaram pela tabela progressiva e que contribuíram por um período superior a 10 anos, o Imposto sobre a Renda (IR) incidente sobre o ganho é de apenas 10%. Dos salários do trabalhador, a Receita Federal abocanha mensalmente até 27,5%.
O levantamento feito pela Abrapp envolveu 21 países a partir de dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O ranking, de acordo com a Abrapp, excluiu alguns países como Estados Unidos e Reino Unido, por não terem dados para todos os anos.
Outra conclusão a que chegou o Núcleo Técnico da Abrapp diz respeito à queda dos ativos dos fundos de pensão brasileiros em relação ao PIB. Em 2014, a queda foi de no máximo 0,3 ponto porcentual. “Pelo dado da OCDE, a queda teria sido de 1,3 ponto porcentual, mas vale esclarecer que a metodologia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi alterada, sem que alguns cálculos que envolvem esse indicador tenham levado em conta essa mudança”, observam os técnicos da Abrapp.
“Se for considerado o valor da nova série do PIB, o resultado será redução de apenas 0,3 ponto porcentual.”
Para realizar o trabalho, a Abrapp recorreu aos dados divulgados pela OCDE desde 2008, acumulou os números e calculou os retornos anualizados. Para calcular a rentabilidade real no Brasil, foi utilizada metodologia semelhante à da OCDE, subtraindo da rentabilidade nominal a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no acumulado de 2008 a 2014.