Economia

Fundos e grupo Semapa fazem proposta firme à Oi pela PT

Os fundos de investimento Apax Partners e Bain Capital entregaram nesta sexta-feira, 28, proposta firme em conjunto com o grupo português Semapa para compra da operadora Portugal Telecom (PT), de acordo com uma fonte próxima às discussões. A oferta foi formalizada pelo consórcio para o BTG Pactual, instituição que representa a Oi nas negociações, dona dos ativos portugueses.

O negócio é fundamental para o processo de consolidação do setor de telecomunicações no País. A Oi quer levantar os recursos para financiar uma proposta para a Telecom Italia pela participação na TIM. A oferta será feita junto com América Móvil (controladora da Claro) e Telefónica (Vivo). Outra opção é reduzir o endividamento da Oi, atualmente em R$ 48 bilhões. Diante desse cenário, a tele brasileira tem pressa em fechar o negócio.

Um grupo de cinco bancos irá financiar 100% da oferta dos fundos com a Semapa, segundo a fonte. O consórcio já tinha acertado a participação do Barclays, Bank of America Merrill Lynch e UBS, que iriam financiar 70% da proposta. Agora, conseguiu a entrada de mais duas instituições, Royal Bank of Scotland (RBS) e UniCredit, ampliando o crédito da operação para o valor total.

Na proposta inicial, entregue no início do mês, os dois fundos ofereceram 7,075 bilhões de euros pela PT. O valor teria sido mantido.

Após apresentar a oferta, a Semapa disse em comunicado que tem uma perspectiva de investimento de longo prazo com a aliança. A empresa quer assumir “papel de acionista português de referência”. Ontem, o grupo português informou que pode ter participação de 5% a 10% no investimento dos fundos.

A empresa disse ainda que a aliança permitirá à PT “manter-se como líder no mercado nacional (português) nos vários segmentos onde atua”.

A Oi tem ainda outra oferta pela PT para ser avaliada. O grupo francês Altice ofereceu 7,025 bilhões de euros pela operadora. As ofertas na mesa condicionam o pagamento de duas parcelas de 400 milhões a resultados futuros.

Os fundos defendem que a sua proposta será aprovada mais rapidamente por não esbarrar em questões de concorrência. A Altice já possui duas empresas portuguesas, a Cabovisão e a Oni. A avaliação é de que o negócio com a francesa demoraria entre cinco a seis meses para ser aprovado pelas autoridades regulatórias de Portugal, enquanto a outra oferta não precisaria passar por essa etapa.

Correios

Os Correios de Portugal (CTT) informaram hoje que assinaram um memorando de entendimento com a Altice para potencializar sinergias com a Portugal Telecom. O acordo será válido se a empresa francesa vencer a disputa pela tele portuguesa. Os CTT não irão colocar recursos na proposta da Altice.

Caso a francesa seja escolhida pela Oi, os CTT receberão um pagamento inicial de 15 milhões de euros e, posteriormente, mais 15 milhões de euros sujeitos à concretização do acordo.
“Estes montantes representam uma antecipação do valor mínimo das sinergias a realizar no âmbito de uma mais vasta parceria comercial e estratégica”, informaram os CTT em comunicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o órgão regulador do mercado de capitais português.

Os CTT disseram que consideram que existem sinergias comerciais e oportunidades de negócio substanciais com operadores de telecomunicações, incluindo a PT Portugal.

A Altice disse em comunicado que a parceria terá como objetivo desenvolver e oferecer serviços em conjunto em Portugal. As empresas agora estão trabalhando em conjunto para identificar e desenvolver áreas de cooperação. Um dos focos será na distribuição de serviços de telecomunicações.

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