O pedido da Petrobras ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que considere a greve dos petroleiros abusiva foi recebida pelos sindicalistas como uma confirmação de que o movimento está forte e pode afetar as operações da empresa. Os petroleiros afirmam, no entanto, que não pretendem prejudicar o abastecimento de combustíveis à população. Eles aguardam a decisão do TST para esta terça-feira.
"Tudo vai depender da decisão do juiz, do que ele determinar, mas as direções tendem a manter a greve", disse o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Paulo Neves, que junto com outros diretores permanecem mobilizados na frente da sede da Petrobras no Rio.
O prédio, conhecido como Edise, abriga a parte administrativa da estatal, que não faz parte da FUP, mas da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), que ainda pode aderir à greve, informou Neves.
"A FNP está realizando assembleias para decidir se vão aderir à greve e devem entrar em breve", avaliou, ironizando o fato do processo no TST ter sido distribuído novamente para o ministro Ives Gandra, que, segundo ele, na última greve, sequestrou as mensalidades da FUP como punição à paralisação.
Na segunda-feira, levantamento da FUP informou que 14,75 mil empregados aderiram à greve, ou 80% do total representado pela entidade sindical. Ao todo, a Petrobras possui cerca de 63 mil empregados.
A FUP rebate a acusação da Petrobras feita ao TST, de que a paralisação foi aprovada sem que as entidades sindicais tenham iniciado qualquer negociação.
Segundo a entidade, desde o início da greve, no dia 1º de fevereiro, uma comissão com cinco sindicalistas aguarda em uma sala do Edise a negociação com a estatal. Na segunda, depois de três dias de proibição, a Petrobras liberou a entrada de comida e água para a comissão, mas não acenou intenção de negociar.