A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que a categoria finalmente assinou na quinta-feira, 15, um acordo coletivo de trabalho com a Petrobras. Os termos acordados entre as partes incluem reposição integral da inflação dos últimos 12 meses, além de manutenção da data-base.
Os salários dos petroleiros serão reajustados em 8,73%, relativos ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, acumulado em doze meses. Esse aumento será aplicado na folha de pagamento de 25 de setembro, retroativo ao dia 1º deste mês.
Esta é a conclusão de longa negociação, com quatro recusas das propostas da Petrobras pela categoria. A companhia chegou a oferecer reajustes de 5% e, depois, de 7%, que não foram aceitos pelos sindicatos da FUP.
O aumento de 8,73% finalmente acordado contempla apenas em parte os pedidos da categoria, que incluíam, também, a reposição salarial da perdas nos seis anos anteriores a 2022, de 2016 a 2021, equivalente a 3,8% adicionais.
<b>Votação</b>
Segundo a entidade, o indicativo de aceitação do ACT foi aprovado com ampla maioria, por 92,60% dos votos totais, contra 6,80% de votos contrários e 0,60% de abstenções, sendo assinado por 11 dos 12 sindicatos ligados à federação.
A exceção é o Sindipetro-SP, cujo resultado segue sem definição até o momento devido a entraves com a gestão da Refinaria de Paulínia (Replan).
Segundo a FUP, a direção da unidade tem impedido a realização de assembleias dentro de suas estruturas. Mesmo assim, nos encontros realizados até o momento, quadro parcial aponta para 89% de aprovação da contraproposta, não sendo possível a reversão do resultado final.
O coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, acusou, em nota, a direção da Petrobras de atuar para dificultar o acordo, "praticando assédio" e "alinhada" ao governo federal. No documento, ele celebrou o acordo final e a resistência dos petroleiros, que definiu como exemplo às demais categorias da indústria.
<b>Mobilização contra privatização</b>
Apesar da assinatura do acordo, a FUP diz que os petroleiros mantêm a mobilização contra eventual privatização da Petrobras, com reações planejadas pela categoria caso a pauta seja enviada pelo governo federal ao Congresso e avance no Legislativo.
"O indicativo de manutenção da mobilização contra a privatização e em defesa da democracia também foi aprovado, com 97,70% de votos favoráveis. Os contrários foram 0,94%, e as abstenções, 1,36%", informou a FUP.
"É preciso que a categoria se mantenha em alerta contra o projeto de privatização da Petrobras. A vitória deste resultado do ACT não pode ofuscar tamanha precarização da empresa, que é um bem do país, e está sendo usada como bode expiatório pelo atual governo", disse Bacelar em nota.