A Federação Única dos Petroleiros (FUP) vai questionar na Justiça o acordo fechado entre a Petrobras e acionistas norte-americanos, avaliado em cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com o coordenador da FUP, José Maria Rangel, o pagamento da quantia para encerrar a ação coletiva nos Estados Unidos contradiz os argumentos de que a empresa está com problemas financeiros e que são necessários desinvestimentos, entre outras medidas para obter recursos.
“Na negociação do acordo coletivo a empresa está quebrada, e agora paga grandes quantias ao mercado financeiro”, questiona Rangel.
Ele disse que ainda não está definido ainda qual será o instrumento para questionar a estatal na Justiça, mas que a ideia é entrar semana que vem com algum pedido ao Ministério Público Federal para barrar o pagamento.
A categoria acaba de fechar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com a Petrobras, aceitando o ajuste de 1,73% relativo a 2017 e garantindo a reposição da inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) nos próximos 12 meses, de setembro 2017 a agosto 2018, uma conquista, segundo Rangel. “Nesse cenário de golpe que o País vive, considerei altamente positivo o acordo”, disse ao Broadcast.
Apesar de assinado o acordo, os petroleiros continuarão negociando dois direitos que foram alterados: o benefício farmácia e o plano de saúde, cuja contribuição dos trabalhadores foi elevada pela Petrobras. Outros pontos, como a manutenção do período de dois anos para a validade do ACT e a garantia de reposição da inflação em 2018 foram considerados vitórias da categoria, na avaliação do sindicalista.