A história do futebol brasileiro não começou com Charles Muller, quando desembarcou em terras tupiniquins com uma bola embaixo do braço, adquirida da Inglaterra. Realmente iniciou em 1958, em gramados suecos, nos pés de um jovem de 17 anos, nascido em Três Corações e criado em Bauru. O rapaz Edson Arantes do Nascimento poderia ser apenas uma pessoa comum, mas o codinome Pelé fez a diferença, pois com este apelido dentro das quatro linhas, ele tornou-se o mito futebolístico inalcançável.
Ainda adolescente, Pelé estreou em Copas com a camisa que lhe consagrou, a número 10 e deu sentido aos que a vestem, responsabilizando-os a tornarem-se protagonistas da equipe. Após uma classificação tranquila na primeira fase da Copa do Mundo de 1958, o atleta do Santos Futebol Clube trouxe os holofotes para si e, nas quartas de final, marcou o único gol da vitória sobre o País de Gales, que garantiu a vaga na semifinal do Mundial
Na partida seguinte, a França tinha o artilheiro Just Fontaine em campo, que chegou a anotar um gol, mas Pelé assinalou três na goleada por 5 a 2. E repetiu o placar na decisão contra os anfitriões, com mais dois gols do mito.
Antes disso, o atacante ambidestro deu seus primeiros chutes no Bauru Futebol Clube. O projeto de craque não demorou a migrar para o Santos, onde fez história já como profissional, defendendo as cores branca e preta durante 18 anos (de 1956 a 1974) em 1.115 partidas e anotando 1.091 gols.
Pelé se dividia entre o Peixe e a Seleção Brasileira. E, em ambos, conquistou os maiores títulos. Na Seleção Brasileira, o Rei participou de quatro Copas (1958, 1962, 1966 e 1970), conquistando três (1958, 1962 e 1970) e se contundindo em duas (1962 e 1966).
No Santos, conquistou duas Taças Libertadores da América (1962 e 1963), dois Mundiais Interclubes (19625 e 1963), seis torneios nacionais (entre 1961 e 1968), além de torneios estaduais e interestaduais.
Origem do apelido – O futebol foi algo hereditário na vida de Edson Arantes do Nascimento. Filho de Dondinho, o pequenino acompanhava os jogos de seu pai. Dondinho defendia o time de São Lourenço, ainda em Minas Gerais, e, apesar de ter-se tornado o terror dos goleiros, Edson vibrava com as defesas do goleiro da equipe, o Bilé.
Então, gritava constantemente: "Defende Bilé", o que tornou-se seu apelido. Porém, alguns de seus colegas tinham dificuldade em pronunciar Bilé, o que acabou adaptando o apelido para Pelé.
Cosmos – Após a temporada de 1974, o craque deixou o Santos para defender o New York Cosmos, dos Estados Unidos, onde atuou durante dois anos antes de se aposentar definitivamente do futebol mundial.
A saída dos gramados veio justamente com o título da Liga Norte-Americana de Futebol, em 1977.
Números – Os números do Rei Pelé são impressionantes. Entre Santos, Cosmos e Seleção Brasileira, o mito disputou 1.375 partidas, anotando 1.284 gols, o que dá uma média de 0,93 gol por partida.
Das 115 partidas vestindo a camisa 10 do Brasil, balançou 95 vezes as redes adversárias, o que o coloca como o maior artilheiro da Seleção Brasileira.