“A equipe que nos une” é o slogan da seleção uruguaia que disputa a Copa América. Mas a realidade é bem diferente da publicidade. No domingo, a final do Campeonato Uruguaio, entre os arquirrivais Nacional e Peñarol, foi interrompida por atos violentos da torcida do Peñarol, que perdia o jogo no Estádio Centenário de Montevidéu.
A confusão começou com os “barra bravas” do Peñarol, que arrancaram assentos das arquibancadas e os jogaram no gramado. O árbitro paralisou a partida durante cerca de 10 minutos e, quando decidiu por retomá-la, os mesmos torcedores passaram a jogar pedras na ambulância. O motorista tirou o veículo de lá e entrou com ele no gramado. Só então o árbitro encerrou definitivamente a partida.
De acordo com o Ministério do Interior, ninguém foi preso no Centenário, ainda que quatro policiais tenham ficado feridos. O Nacional, que vencia por 3 a 2, declarou-se campeão e passou a comemorar o título uruguaio. A festa tomou as ruas de Montevidéu e descambou para a violência. Ainda de acordo com o governo, foram presas 43 pessoas só na capital.
Em Paysandú, dois policiais foram feridos e pelo menos cinco lojas foram depredadas. “Foi lamentável, uma vergonha, uma tristeza. É algo que arruína qualquer festa. Nenhuma das instituições de milhões de pessoas que estavam no gramado merecia isso”, reclamou o ministro dos Transportes, Victor Rossi, depois de uma reunião interministerial para tratar do tema.
Irmão do presidente Tabaré Vázquez, o vice-ministro do Interior Jorge Vázquez culpou os dirigentes do Peñarol pelos incidentes, uma vez que o clube contrata dos barras bravas os seguranças que deveriam cuidar desses torcedores. “O mecanismo não é o que acordamos, está proibido”, disse o político à Rádio Oriental.
A Associação Uruguaia de Futebol (AUF) ainda não se posicionou sobre o ocorrido no clássico que reuniu os campeões do Apertura (o Nacional) e do Clausura (o Peñarol). Apesar da confusão causada pela sua torcida, o Peñarol pleiteia jogar os sete minutos restantes da partida.