Fux convida ex-auxiliar de Mandetta para secretaria de saúde do STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, convidou o epidemiologista Wanderson de Oliveira, ex-auxiliar do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, para assumir a chefia da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde do STF. A troca na secretaria foi feita após o <b>Estadão</b> revelar que o Supremo pediu à Fiocruz uma "reserva" de vacinas contra a covid-19 para 7 mil pessoas, entre ministros, servidores e familiares. O pedido foi negado.

Segundo o <b>Estadão</b> apurou, o convite foi aceito e o epidemiologista está juntando a documentação para assumir o cargo.

Wanderson foi um dos principais formuladores da estratégia do Ministério da Saúde para enfrentar a covid-19 e, durante a gestão Mandetta, vinha se queixando a colegas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro contrário ao isolamento social mais amplo. Wanderson deixou a pasta no começo da gestão do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele era secretário nacional de Vigilância em Saúde.

Após o pedido de "reserva" de vacinas do STF repercutir negativamente na imprensa, nas redes sociais e entre ministros da Corte, Fux decidiu exonerar o médico Marco Polo do cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde da Corte. A exoneração provocou duras críticas de ministros do STF.

Na frente da Secretaria de Serviços Integrados de Saúde, cargo que ocupava desde a presidência de Ricardo Lewandowski, em 2014, Freitas fazia o acompanhamento médico dos ministros. Além de ter acesso às fichas médicas dos magistrados, ele indicava, nas viagens oficiais dos integrantes da Corte, os hospitais locais de referência para urgências de saúde. Também foi ele quem viajou a Paraty (RJ) após o acidente aéreo que levou à morte do ministro Teori Zavascki.

Freitas disse que, em 11 anos de atuação no tribunal, nunca realizou "nenhum ato administrativo sem a ciência e a anuência dos meus superiores hierárquicos". Freitas disse à reportagem que soube da exoneração pela imprensa.

Conforme revelou o <b>Estadão</b>, o Supremo aumentou de 4 mil para 7 mil o número de doses de vacinas contra a covid-19 que pediu para o Instituto Butantã e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reservarem para seus servidores.

Segundo os papéis, o médico Marco Polo Freitas preparou duas minutas com pedidos de vacina às duas instituições. Nas solicitações, Freitas fazia menção a uma quantidade menor de imunizantes. No entanto, a versão final dos documentos, enviada pelo diretor-geral do STF, Edmundo Veras dos Santos Filho, às duas instituições, pede doses para 7 mil pessoas, atendendo uma nova sugestão do médico.

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