Após uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos combustíveis na Casa, Carlos Fávaro (PSD-MT), defendeu a votação da medida ainda em fevereiro, mas afirmou que o texto passará antes pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A PEC passou a ser alvo do ministro da Economia, Paulo Guedes, por provocar um rombo de R$ 100 bilhões na arrecadação e criar gastos de R$ 17,7 bilhões fora das regras fiscais. Os senadores reagiram às críticas do ministro e querem avançar com a proposta, após atrair as assinaturas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e de líderes do governo no Congresso.
"Estou fazendo meu papel pela inércia do ministro da Economia, ele falou que é camicase, mas não apresentou uma solução", disse Fávaro em entrevista coletiva após reunião com Pacheco. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG), um dos formuladores da proposta, é cotado para relatar o texto no Senado.
A proposta foi apelidada de "PEC camicase" pela equipe econômica. Em entrevista ao <b>Estadão</b>, Guedes chamou a proposta de "bomba fiscal" e disse que o texto financia até "lancha de milionário". Aliados do presidente do Senado reagiram e resolveram intensificar o embate público com o chefe da pasta.
"A política ortodoxa que ele pratica na economia brasileira é um contrassenso do que ele está dizendo, ele nunca se preocupou com os mais humildes, ele não apresentou uma proposta que pudesse atender as pessoas mais humildes que voltaram a cozinhar com lenha", disse Fávaro. "Ele só pensa em pagar os serviços de juros da dívida com os dividendos da Petrobras fruto do esforço dos brasileiros que pagam 8 reais no litro da gasolina."