O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quinta-feira, 14, o legado dos co-chairs e das gestões anteriores na trilha financeira do G20. Segundo o ministro, o senso de pragmatismo e a ambição política devem ser a "marca registrada" da presidência brasileira no grupo.
"Não estamos construindo nada do zero, nem inventando a roda. Nos comprometemos a trabalhar em estreita colaboração com os membros e organizações parceiras", afirmou o ministro, durante abertura da reunião da trilha financeira do G20, no Palácio Itamaraty.
Haddad enfatizou que os pontos de desigualdade e os impactos distributivos devem ser totalmente integrados nas discussões de políticas macroeconômicas. "Quando vários países adotam políticas de transição energética, devemos estar cientes de seus impactos distributivos globais e regionais, e suas consequências socioeconômicas. Precisamos de soluções que coloquem as considerações sociais no centro do debate sobre as alterações climáticas", completou.
<b>Transição ecológica</b>
Enquanto luta pela meta de resultado primário zero em 2024, o ministro da Fazenda disse que os países precisam aumentar o espaço fiscal para apoiar investimentos públicos de qualidade para combater a desigualdade e impulsionar uma transição energética justa.
"Queremos discutir estratégias para atrair investimentos e acelerar planos sustentáveis, como o Plano Brasileiro de Transformação Ecológica", afirmou Haddad durante abertura da reunião.
O ministro destacou que o Brasil está particularmente preocupado com o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento, para que se tornem "maiores, melhores e mais eficazes". "Contribuiremos para o diálogo global em curso sobre a governança e a estratégia dos bancos multilaterais. Garantir uma verdadeira rede de segurança financeira global depende de nosso fluxos, mas também do cumprimento dos compromissos de longa data dos membros sobre a representação de emergentes", acrescentou.
O ministro disse ainda que quer discutir o peso da dívida de países de baixo e médio rendimento, de forma estrutural e preventiva, para que países endividados também tenham espaço para definirem suas agendas.