O comunicado final da reunião de cúpula do G20 reconheceu a intensificação das tensões geopolíticas e comerciais e apontou que essas questões são riscos à expansão da economia mundial. “O crescimento global parece estar se estabilizando e, em geral, prevê-se uma recuperação moderada no fim deste ano e ao longo de 2020. Essa recuperação é apoiada pela continuação de condições financeiras acomodatícias e medidas de estímulo em vigor em alguns países. No entanto, o crescimento permanece baixo e os riscos estão inclinados para o lago negativo”, diz o texto.
O reconhecimento dos riscos derivados das tensões comerciais aponta uma mudança em relação ao comunicado da reunião do G20 de 2018, quando não havia menção à escalada de medidas protecionistas por parte dos membros do grupo, apenas uma menção a “questões comerciais”. O texto deste ano aponta, ainda, que os líderes do G20 reafirmaram o compromisso de usar “todas as ferramentas de políticas para alcançar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo” com a intensificação do diálogo entre os integrantes do grupo e com ações para aumentar a confiança.
O comunicado do G20 apontou, ainda, que a política fiscal deve ser “flexível e favorável ao crescimento”, ao mesmo tempo em que ressaltou que a recomposição de colchões e a garantia da dívida como parcela do Produto Interno Bruto (PIB) estão em um caminho sustentável. Em relação à política monetária, os líderes do G20 pontuaram que ela continuará a apoiar a atividade econômica e a assegurar a estabilidade de preços. “As decisões dos bancos centrais precisam permanecer bem comunicadas”, destacaram. Para eles, ainda, a implementação de reformas estruturais aumentará o potencial de crescimento.
Sobre o Acordo de Paris de mudanças climáticas, o comunicado explicita que os países signatários do tratado reafirmaram o compromisso com sua implementação completa, refletindo responsabilidades comuns e diferenciadas, conforme suas respectivas capacidades e circunstâncias próprias. O documento menciona, que, em 2020, os líderes dos países que apoiam o acordo pretendem comunicar, atualizar ou manter as contribuições determinadas, “levando em conta que mais esforços globais serão necessários”. Os Estados Unidos reiteraram a decisão de abandonar o Acordo de Paris com a alegação de que o pacto coloca em desvantagem os trabalhadores americanos.