Mesmo com juro mais alto e atividade mais resiliente, há um processo de desinflação global em curso, disse nesta quarta-feira, 24, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, ao participar do Upload Summit, em São Paulo. Ao se referir mais especificamente ao Brasil, Galípolo disse que o desafio do País está em promover um crescimento mais harmônico entre oferta e demanda já que o petróleo e as reservas internacionais colocam o País em uma situação bastante privilegiada.
Um problema, segundo o diretor, é que os gastos do governo fornecem resiliência para o crescimento econômico. "O platô do gasto do governo é bastante elevado desde a PEC da Transição", disse, observando também que a demanda das famílias seguirá resiliente puxada por inflação e juros em queda e pelo impulso do Bolsa Família.
A avaliação do diretor do BC é de que mesmo com o cenário global mais adverso, o Brasil fica ainda melhor. "Estou otimista com o Brasil, e não é de agora", disse.
Galípolo também voltou a reforçar que a maior parte dos bancos centrais do mundo recuou para uma situação de dependência de dados, o que ocorre com o BC brasileiro.