Ao contrário da conduta da Argentina, a seleção do Peru evitou culpar a arbitragem e a Conmebol pela derrota na final para a seleção brasileira neste domingo, no Maracanã. O técnico Ricardo Gareca discordou de Messi sobre a possibilidade de haver corrupção na entidade que organiza a Copa América e preferiu defender o futebol sul-americano.
“Messi é uma voz autorizada, mas não significa que concorde com ele. Respeito o jogador, o homem. Não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Creio que ele parece ser uma pessoa bem centrada, mas eu não gostaria que os sul-americanos fossem abordados como corruptos”, disse o treinador argentino. “Na Europa há coisas boas, mas nós também temos e gostaria de defender o futebol sul-americano. Para falar de corrupção, é preciso ter provas muito sólidas”, analisou.
Acostumado a dar poucas entrevistas, o craque argentino mudou sua conduta e desabafou contra a arbitragem da competição e a Conmebol após a vitória por 2 a 1 sobre o Chile, que garantiu o terceiro lugar à sua seleção. “Não fui à premiação porque nós não temos que ser parte desta corrupção. Nos faltaram com respeito durante toda esta Copa. Não nos deixaram chegar na final”, afirmou o camisa 10, que também disse que a “Copa América está armada para o Brasil”.
Sobre o boato de que pode substituir Lionel Scaloni no comando da Argentina, Gareca foi assertivo e afirmou que pretende cumprir seu contrato com a seleção peruana, que tem validade até 2021 e pode ser renovado caso a equipe se classifique à Copa do Mundo do Catar, em 2022.
“Tenho um grande respeito pelo meu país, tenho muito carinho, sou argentino, amo meu país. Mas tenho um contrato com um país que me ofereceu tudo, me deu tudo. Para além de qualquer situação que envolva clubes, países, o que seja, eu estou acostumado a respeitar contratos”, apontou.
Na final deste domingo, o juiz assinalou, com direito à confirmação com a ajuda do árbitro de vídeo, um pênalti polêmico a favor do Brasil. Os jogadores peruanos reclamaram muito, mas Gareca preferiu não entrar em polêmica. Apesar disso, o treinador indicou que o VAR precisa ser aperfeiçoado e pediu que as imagens geradas pela tecnologia e os áudios dos árbitros sejam expostos.
“O pênalti eu não sei, estava tão longe. Tenho informações diversas. Eu não saberia dizer. Na minha carreira já fui favorecido, já fui prejudicado. Faz parte”, declarou. “Depois vamos entrar num debate sobre o que manter, o que incluir. Vai melhorar aos poucos, para que não se tenha tantas dúvidas e que os árbitros tenham mais segurança. Seria bom se nós soubéssemos o que acontece, o que falam. Se não, se alimenta qualquer tipo de suspeita”, completou.