Mesmo próximo das maiores refinarias da Petrobrás, o Rio de Janeiro está no topo da lista dos Estados que pagam mais caro pela gasolina, atrás apenas do Acre, segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O litro do combustível era vendido na capital fluminense por até R$ 4,998, na semana passada.
Em um posto da região central da cidade, o gerente Diego Pontes conta que o movimento caiu nos últimos meses. Para compensar, o posto optou por cortar custos. “Não chegamos a demitir. Mas estamos economizando. Em água, por exemplo. E acabamos com o cafezinho do lado da bomba, para todos os clientes.”
Os consumidores também buscam alternativas para economizar. O motorista profissional Milton Santos, de 60 anos, diz que passou a deixar o carro mais tempo na garagem e que “o jeito tem sido andar mais de bicicleta”. “É claro que não estou satisfeito. O governo só dificulta a nossa vida.” Ele afirma que, no dia a dia, não tem sentido os efeitos da queda da inflação oficial.
O agente fiscal Nazareno dos Santos, de 65 anos, está buscando alternativas para diminuir os gastos. “Até o mês passado, a gasolina estava a R$ 3 e pouco. Agora, está a R$ 5. Passei a economizar mais em casa, a gastar menos no supermercado.”
Vizinhos
Cubatão, cidade litorânea com 127 mil habitantes a 70 quilômetros de São Paulo, tem cenário diferente de suas vizinhas. Sem praias, o município tem como base da economia as empresas do polo industrial, dentre elas a Refinaria Presidente Bernardes, da Petrobrás. Mas a localização também não ajuda quem precisa abastecer seu veículo por lá.
De acordo com a ANP, Cubatão é a quarta cidade de São Paulo com os preços mais altos de combustíveis nos postos. O motorista particular George Harynson Vieira de Almeida, de 25 anos, diz que vai para cidades vizinhas, como Santos e São Vicente, para abastecer seu carro. “Só coloco gasolina no carro por aqui se eu estou na reserva.”
A média dos preços em Cubatão é de R$ 4,214, segundo a ANP, mas na Avenida 9 de Abril, a principal da cidade, é possível encontrar a gasolina comum até por R$ 4,289.
“Já cheguei a pagar de R$ 0,70 a R$ 1 a menos por litro nas cidades vizinhas. Não dá para entender: como temos um combustível tão caro, se temos uma refinaria a apenas dois quilômetros de distância do posto?, questiona o jornaleiro Jason dos Santos, de 35 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.