Economia

Gasto com juros motivou déficit nominal mais elevado em fevereiro, diz BC

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, disse nesta terça-feira, 31, ao comentar os resultados das contas do Governo Central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central), que o aumento dos gastos com juros de janeiro para fevereiro foi de cerca de R$ 38 bilhões, passando de R$ 18,022 bilhões para R$ 56,337 bilhões, e determinou o déficit nominal mais elevado em fevereiro (R$ 58,637 bilhões).

Segundo Maciel, esses gastos do mês passado estão associados à despesa com operações de swap cambial. No último dia do programa iniciado em 2013, o técnico enfatizou que o reflexo dessas operações não pode ser avaliado de forma isolada e que, para cada R$ 1 com gasto de swap, há um ganho de R$ 2,5 com as reservas internacionais. “Isso é um benefício para o País; é o que o País colhe”, enfatizou. Ele argumentou que as operações de swap não foram desenhadas “para ter ganhos ou perdas”. “Elas foram desenhadas para oferecer hedge aos agentes, proteção em momentos de volatilidade, e ofertar essa proteção significa dar proteção a empresas, produção, empregos e renda.”

Ainda segundo Maciel, o programa de swap cambial teve um ganho de R$ 38 bilhões no mês, se forem confrontados o ganho da variação das reservas, de R$ 65 bilhões, contra as despesas com swap, de R$ 27 bilhões. “É um ganho sob o ponto de vista fiscal sim, porque você vai requerer um primário menor”, disse Maciel.

Transição

Maciel salientou que o impacto positivo das medidas fiscais sobre as contas públicas deve ser visto “nos próximos meses”, uma vez que o governo passa por um momento de transição e readequação de receitas e despesas. “Resultados favoráveis serão vistos mais adiante”, previu.

O economista do BC comentou também que, por conta do esfriamento atual da economia e que pelo fato de fevereiro ser um mês mais curto por conta do feriado de carnaval – em 2014, a comemoração foi em março – houve um impacto nas contas públicas de fevereiro.

Governos regionais

O BC informou que os governos regionais tiveram o melhor resultado primário para o primeiro bimestre desde 2001. Do total do superávit dos dois primeiros meses do ano, de R$ 18,763 bilhões, os governos regionais contribuíram com R$ 15,744 bilhões, enquanto o governo central contribuiu com R$ 3,404 bilhões. “Os Estados têm, de fato, mostrado um resultado favorável no acumulado do bimestre. Foi o melhor bimestre dos governos regionais”, afirmou.

Posso ajudar?