No último domingo, 30/06, as gêmeas Luiza e Clara, de apenas um ano e três meses, passaram por um procedimento para receber um implante coclear. A cirurgia aconteceu no Hospital São Luiz, unidade Jabaquara. Os bebês, que moram em Guarulhos, passam bem e a recuperação do procedimento está sendo acompanhada e está dentro do esperado pela equipe médica.
O implante coclear é realizado em pacientes com perda auditiva. Neste tipo de cirurgia, um aparelho é colocado para captar as ondas sonoras e transformar estas ondas em impulsos elétricos que vão direto para o cérebro. O processo para quem tem a audição é natural, neste caso, a cóclea – nervo auditivo – realiza a função.
Segundo o otorrinolaringologista, formado pela Faculdade de Medicina da USP, Jamal Azzam, a cirurgia das gêmeas ocorreu bem e dentro do esperado. Os bebês nasceram prematuros e tiveram diversas complicações clínicas, por este motivo ainda não foi possível realizar um diagnóstico preciso do que pode ter provocado a perda auditiva.
Antes de receber os implantes, as gêmeas passaram por diversos procedimentos preparatórios que atenderam os protocolos exigidos pela Agência Nacional de Saúde, como: tomografia, ressonância, exames de audição, uso de aparelho auditivo e avaliação clínica.
A equipe técnica optou por realizar as duas cirurgias no mesmo dia para facilitar o pós operatório. “Geralmente as crianças se recuperam mais rápido que os adultos. Mas a adaptação leva meses, às vezes até um ano para que o implante coclear funcione normalmente dando audição para a criança” explicou o otorrinolaringologista.
Vale ressaltar que a cirurgia não é rara e pode ser realizada em adultos, que perdem a audição por diversos motivos. “Existem problemas que são tratáveis e alguns não, então a probabilidade vai depender da especificidade do problema, quando a pessoa tem perda auditiva decorrência ausência de nervo auditivo dentro da cóclea geralmente se indica o implante, que pode ser feito em adultos e crianças.
As gêmeas devem passar agora por um acompanhamento detalhado. Com tratamento fonoaudiológico prolongado.
“Os pais são heróis por terem se dedicado tanto para conseguir esses implantes para as crianças, a mãe tem uma dedicação muito acima da média, o pós cirúrgico vai dar muito trabalho, mas tenho certeza que nós vamos vencer e reintroduzir essas crianças para a sociedade e permitir um desenvolvimento intelectual, o aprendizado, escolaridade, educação, tudo vai ser maravilhoso na vida delas”, concluiu o médico.
