Max Verstappen se sente cada vez mais à vontade no Brasil. Perto de conquistar seu primeiro título na Fórmula 1, o holandês se aproximou do País nesta temporada com ajuda da namorada, Kelly Piquet, filha do tricampeão mundial Nelson. O piloto da Red Bull já está familiarizado com a comida brasileira, da qual é fã declarado, mas ainda sofre com as palavras em português. Por outro lado, esbanja intimidade com a pista de Interlagos.
"O que eu tento entender melhor é a língua. É um pouco difícil para mim", admite Verstappen ao responder ao Estadão em evento da Red Bull no autódromo paulistano. O holandês evita se arriscar nas palavras em português. Mas abre um sorriso ao falar dos pratos apresentados pela namorada. "A carne daqui é muito boa. A comida em geral é muito boa", reforça.
O piloto ainda conhece pouco o Brasil. No início da semana, visitou Brasília para conhecer a casa do sogro. "A visita foi boa para passar o tempo e também foi pela primeira vez pessoalmente. Antes, falávamos apenas pelo FaceTime (aplicativo de celular), então era mais importante estar lá."
Com seu conhecido jeitão "direto ao ponto", o holandês surpreendeu ao ser questionado sobre os conselhos que Piquet teria lhe dado na briga pelo título da temporada. "Não falamos sobre isso porque não preciso de conselhos. E ele sabia disso, acabamos batendo papo sobre assuntos de todo tipo. Eu sei o que fazer no carro, então não preciso falar com ninguém sobre isso."
Na visita, o que mais chamou a atenção de Verstappen foi a grande coleção de carros do sogro. "É uma garagem dessas que eu gostaria de ter no futuro também, com todos os tipos de carros. Acho que é como o sonho de um garoto."
Além de São Paulo e da capital brasileira, o holandês já visitou os Lençóis Maranhenses, no fim do ano passado. Mas pretende conhecer outros estados no futuro. "O Brasil é tão grande, há tanta coisa para conhecer e explorar. Espero ter tempo para conhecer melhor a cultura do país."
INTIMIDADE COM INTERLAGOS – Favorito ao título, o piloto da Red Bull pode deixar São Paulo com uma mão na taça se vencer a corrida de domingo. Verstappen é o principal candidato à vitória porque costuma entregar boas performances no circuito paulistano. Ele é o atual vencedor da prova (disputada em 2019). Ficou em 2º lugar em 2018 e só não venceu naquela ocasião porque foi atingido pelo francês Esteban Ocon, então retardatário, na parte final da corrida. Dois anos antes, foi o terceiro colocado.
O "segredo" de Verstappen em São Paulo é a boa adaptação da unidade de potência da Red Bull na altitude da cidade. "Estamos a quase 800 metros de altitude. E os motores respondem de forma diferente diante de lugares mais altos. Para alguns carros, não ajuda muito. Mas, para nós, tem funcionado muito bem. A pista também ajuda, o desenho do circuito parece que se adequa bem ao nosso carro. Espero que isso se repita neste fim de semana", avalia o piloto.
Ele exibe 19 pontos de vantagem sobre o inglês Lewis Hamilton, vice-líder do campeonato, da equipe Mercedes. Faltando apenas quatro corridas para o fim da temporada, Verstappen sabe que sua performance em São Paulo pode ser decisiva para a definição do título.
"Apenas tento abordar uma corrida por vez. Muitas coisas podem acontecer. Claro que estamos numa boa posição, mas precisamos manter esta performance até o fim. Para ser honesto, estou ansioso. Tenho bons sentimentos de que podemos fazer um bom trabalho aqui. Fomos bem nesta pista no passado", comenta.
A Red Bull, por sua vez, aposta na maior proximidade do piloto com o Brasil. Para a equipe, Verstappen vai correr em casa neste domingo. "As chances no Brasil são boas. Nosso turbo funciona melhor do que a unidade da Mercedes. Além disso, Verstappen é impulsionado por Nelson Piquet e sua família no Brasil", diz Helmut Marko, principal dirigente da equipe austríaca.