A gestante Taisa Alves de Macedo, de 24 anos, registrou um boletim de ocorrência na sexta-feira, 16/03, contra uma médica do Hospital Geral de Guarulhos (HGG), que teria se negado a realizar uma cesariana, recomendada por profissional da mesma unidade. Após duas reuniões agendadas para solucionar o problema, na tarde desta quarta-feira, 21/03, Taisa foi internada.
A jovem procurou a unidade há três semanas para conversar com uma obstetra sobre seus problemas com a primeira gravidez, ocorrida há 1 ano e 2 meses. Na ocasião, Taisa ficou internada por dois dias e passou por uma indução que terminou com uma cesariana. O episódio foi traumático para a mãe, que procurou a médica. A profissional teria feito uma avaliação do caso e solicitou através de uma guia o agendamento do parto para a sexta-feira passada.
A gestante explicou que, ao procurar o hospital, foi atendida por uma médica que se negou a realizar o procedimento, rasgado o documento e jogando-o no lixo. A Polícia Militar foi chamada e orientou Taisa a registrar um boletim de ocorrência na delegacia da região. A jovem retornou ao hospital na terça-feira, 20/03, e recebeu a informação de que ela “aguentaria um parto normal”. A orientação seria para que a gestante aguardasse as dores e procurasse atendimento.
A jovem fez um vídeo ao vivo em uma rede social na frente do HGG e o caso repercutiu. “É claro que eles vão induzir meu parto, eles não querem gastar”, disse no vídeo. “É a segunda vez que eu passo por isso e, se eu não falar nada, isso pode acontecer com outras pessoas”.
Taisa esteve no local nesta quarta-feira, 21/03, para uma nova reunião, porém foi internada e aguarda pelo nascimento do bebê.
A direção do Hospital Geral de Guarulhos esclareceu nesta manhã que a paciente está sendo acompanhada pela equipe de obstetrícia da unidade e ela e o bebê estão saudáveis. Até 12h30, a paciente não apresentava trabalho de parto e, conforme protocolos clínicos seguidos pelo hospital, não havia a indicação médica para realização de cesárea.
“A decisão clínica sobre a melhor conduta, seja parto normal ou cesárea, é tomada de acordo com cada situação específica e característica de cada gestante e gestação, mediante avaliação da equipe médica responsável. É importante destacar que a Organização Mundial da Saúde indica a realização de parto normal, sempre que possível, uma vez que a cesárea, por se tratar de procedimento cirúrgico, traz mais riscos à saúde da gestante e do bebê”, completou o hospital.