A política italiana Giorgia Meloni, cujo partido tem raízes neofascistas, disse nesta sexta-feira, 21, que ela e seus aliados pediram ao presidente italiano, Sergio Mattarella, para dar a ela o mandato de primeira-ministra, e formar o que seria o primeiro governo de extrema-direita da Itália desde o fim da Segunda Guerra.
Giorgia Meloni e seus aliados de campanha se reuniram por cerca de 10 minutos com o presidente no Palácio presidencial do Quirinal. Ela disse aos repórteres do local que a coalizão havia indicado por unanimidade indicado a Mattarella que Meloni merecia o cargo.
Um funcionário do Quirinal indicou a jornalistas que a decisão de Mattarella pode ser
anunciada ainda nesta sexta.
Se Giorgia Meloni for bem-sucedida, ela será a primeira mulher a se tornar primeira-ministra na Itália. Conseguir o cargo significaria um crescimento notável do partido Irmãos da Itália, que Meloni cofundou em dezembro de 2012 e que em seus primeiros anos foi considerado um movimento marginal à direita.
"Fui indicada como a pessoa que deveria ser indicada para formar o novo governo", disse Meloni, junto ao seus dois aliados, Matteo Salvini e o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Ela citou problemas urgentes "em nível nacional e internacional", referências aparentes ao aumento dos preços da energia que aflige as famílias e os negócios, e a guerra na Ucrânia, que dividiu os membros da União Europeia sobre a estratégia em meio a preocupações com o abastecimento de gás durante a chegada do inverno.
Berlusconi e Salvini ficaram em silêncio durante as breves observações de Meloni para
os jornalistas, mas à certa altura Berlusconi ergueu as sobrancelhas e olhou para trás. Ambos são admiradores de longa data do líder russo Vladimir Putin; já Meloni apoia firmemente a Ucrânia na sua defesa contra a invasão russa.
Essas diferenças podem tornar desafiador o governo da coalizão. Entretanto, enquanto suas forças forem maiores no Parlamento, Meloni precisa de seus dois aliados para conseguir uma maioria sólida no Legislativo.