A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo eleito irá insistir na política para ser aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, descartando um "plano B". Para isso, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá se encontrar com partidos políticos e presidentes da Câmara e Senado.
"Queremos insistir no caminho da política", disse Gleisi em conversa com jornalistas, após reunião com o presidente eleito sobre a PEC.
A presidente do PT afirmou que Lula ficará a próxima semana em Brasília para encaminhar o texto. De acordo com ela, o presidente eleito irá conversar com bancadas, partidos políticos e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Senado, Rodrigo Pacheco (PSD- MG).
"Lula estará em Brasília para essas conversas e para encaminhar PEC", disse. Segundo ela, a reunião com Lula foi para "organizar vida dele em Brasília".
Gleisi reconheceu que o jeito que o processo da PEC teve início pode ter atrasada sua aprovação, mas descartou um plano B. "Temos que conversar mais com bancadas e partidos", afirmou.
Ela chegou na manhã desta sexta-feira na casa de Lula, em São Paulo, para discutir o teor da proposta e destravar as negociações. Lula está há duas semanas sem ir a Brasília, primeiro por causa da viagem à COP-27 e, segundo, para se recuperar da cirurgia que fez na garganta. A ausência do presidente eleito gerou dificuldade em avançar na discussão da PEC.
O anteprojeto da PEC apresentado pelo coordenador de transição, o vice Geraldo Alckmin (PSB), propôs um gasto de aproximadamente R$ 200 bilhões fora do teto de gastos, de forma permanente, ou seja, sem estimar um prazo. Os recursos seriam usados para bancar o Bolsa Família R$ 600, o adicional de R$150 por criança e outras promessas de campanha.
Líderes do Centrão, no entanto, se queixam do valor proposto pela equipe de transição e pela falta de um prazo definido. Na prática, eles temem que o governo eleito garanta uma fatia de recursos anualmente e não necessite negociar com o Congresso.