A presidente nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, associou a saída de Jair Bolsonaro da Presidência ao avanço das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Nesta segunda-feira, a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, suspeito de ocultar provas do crime.
"Muito bom o avanço da Polícia Federal nas investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Só foi Bolsonaro sair da Presidência pro inquérito andar. Agora é chegar no mandante", escreveu Gleisi.
O assassinato de Marielle e Gomes ocorreu em 2018, quando o carro em que ambos estavam foi alvejado por tiros na região central do Rio, após deixarem um evento do PSOL. Uma assessora sobreviveu ao atentado. Dois ex-policiais estão presos – Ronnie Lessa, PM reformado apontado como executor, e Élcio Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson Gomes.
Como mostrou o <b>Estadão</b>, na campanha presidencial de 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, insinuou que Bolsonaro tem proximidade de milicianos e afirmou que "gente dele não tem pudor em ter matado a Marielle".
<b>Operação da PF prende suposto envolvido no assassinato de Marielle</b>
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Maxwell teria participado de ações de vigilância e acompanhamento de Marielle, dando "apoio logístico de integração" com os demais investigados.
O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve "papel importante" no caso, tanto "antes como depois". Agentes ainda vasculham sete endereços no Rio de Janeiro e na região metropolitana da capital fluminense.
Maxwell já havia sido preso por suposto envolvimento com a morte de Marielle e Anderson. Em 2020, foi detido sob acusação de tentar obstruir as apurações. No ano seguinte, condenado em razão das mesmas imputações. O ex-bombeiro teria ajudado a ocultar as armas de um dos acusados dos assassinatos da vereadora e do motorista.
Mais cedo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, contou que falou com o ministro da Justiça, Flávio Dino, que pediu a entrada da Polícia Federal na investigação, e com Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF.
"Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e diretor geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?", questionou Anielle.