A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, rebateu declarações do senador Jaques Wagner (PT-BA), de que está faltando um "ministro da Fazenda" para facilitar o andamento da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição. Para ela, o impasse ocorre por falta de articulação política no Senado.
"Não vejo isso, articulação política se dá no Congresso independentemente de quem é o ministro. Temos de respeitar o tempo do presidente Lula <i>para indicar os ministros</i>. Não sei porque essa ansiedade toda", afirmou Gleisi. "Está faltando articulação política no Senado, por isso acho que nós travamos na PEC. Não é falta de ministro."
Ela lamentou o fato de Lula não ter podido estar em Brasília para ajudar na articulação da PEC por questões de saúde – devido a uma cirurgia na garganta no domingo, ele adiou para a próxima semana a viagem à Capital Federal, prevista inicialmente para esta semana.
Apesar da demora na apresentação da PEC, Gleisi disse que aposta na "solução política" para garantir recursos para o Bolsa Família de R$ 600 no ano que vem, mas disse que, se isso não for possível, o novo governo buscará outras saídas.
A presidente do PT minimizou o novo adiamento do texto, que está previsto para ser protocolado até terça-feira que vem. "Estamos fazendo as conversas no Congresso Nacional, acertando bem o texto. É importante ajustar para que possamos ter tramitação célere e aprovar a matéria", completou.
Gleisi falou rapidamente com a imprensa depois de assistir à estreia do Brasil na Copa do Catar com outros integrantes da equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Ela comemorou o resultado – o Brasil venceu a Sérvia por 2 a 0 – e, questionada sobre a substituição de Neymar, que apoiou o presidente Jair Bolsonaro nas eleições, disse: "Foi tarde."