Pela terceira vez em 12 anos, o técnico agrícola Waldez Góes (PDT) tomou posse no cargo de governador do Amapá – as duas primeiras foram em 2003 e 2007. A solenidade aconteceu no final da tarde desta quinta-feira na capital do Estado. Preso em 2010 pela Polícia Federal na Operação Mãos Limpas, acusado de participar de um esquema que desviou mais de R$ 100 milhões dos cofres públicos, Góes garantiu em seu discurso de posse que “eventuais irregularidades serão prontamente combatidas e os responsáveis responderão por seus atos” e prometeu cortar despesas do poder executivo.
Góes não poupou críticas ao antecessor Camilo Capiberibe (PSB), listando como pontos negativos da administração anterior a deficiência no planejamento e o “descontrole completo da execução do orçamento público”. O novo governador disse que toma posse ciente do quadro crítico que tem pela frente, mas não quis falar em adversidades e lembrou uma frase do ex-governador de São Paulo, Mário Covas: “A vida me ensinou que, diante dela, só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer.”
O pedetista ressaltou que seu primeiro ato, após empossar os secretários de Estado, será decretar estado de emergência na saúde para garantir o abastecimento de medicamentos e a realização de um mutirão de cirurgias. Entre suas primeiras ações está também a locação de viaturas para a Polícia Militar e compra de armas, munição e coletes para as forças de segurança. Na economia, Góes afirmou que vai criar a agência de desenvolvimento econômico do Amapá e ainda no primeiro mês de governo pretende instituir um grupo de trabalho para tratar da reforma tributária.
Além disso, Góes que se empenhará para efetivar a Zona Franca Verde, que já foi criada por lei, mas que ainda não foi implementada. O novo governador disse também que irá empreender ações que estimulem a retomada das atividades minerais no Amapá e que apoiará o agronegócio.
Depois da posse, Góes recebeu a faixa de governador de uma criança autista na frente do Palácio, onde foi recebido com fogos e balões brancos.
Cortes. Em rápida entrevista, disse que recebe um estado com uma dívida em torno de R$ 6 bilhões e que, nesta sexta-feira, sua equipe de governo fará um “check-in list” em todas as secretarias de estado para “finalmente ter as informações” que lhe foram negadas durante o período de transição. Ele prometeu ainda que vai adotar medidas enérgicas para reduzir despesas, sendo a principal delas a diminuição do número de cargos comissionados.
Também para reduzir despesas, Góes não ocupará a residência oficial de governador. Vai continuar morando na sua casa própria.