A multinacional australiana Goodman, referência global em galpões logísticos, está avaliando entrar no mercado de data centers no Brasil. A companhia, que já tem presença consolidada no país com operações em São Paulo e no Rio de Janeiro, pretende ampliar seu foco de atuação diante da crescente digitalização da economia e da demanda por infraestrutura tecnológica.
Em entrevista recente, Edith Bertoletti, diretora-executiva da Goodman Brasil, confirmou que a empresa está em fase de estudos para atuar neste segmento. “A Goodman sempre trabalhou com logística. E o data center é uma logística mais robusta: em vez de caixas, armazena dados”, disse.
Metade dos investimentos globais da empresa, que somam cerca de R$ 47 bilhões em projetos em desenvolvimento, já está sendo destinada à construção de data centers, e o Brasil pode entrar nessa conta em breve.
Apesar do novo foco, o setor logístico tradicional segue como prioridade para a companhia, especialmente em áreas de alto potencial como Guarulhos. A cidade, que já faz parte do portfólio da multinacional, pode receber investimentos nos próximos anos. A Goodman possui um terreno na região, atualmente em fase de aprovação de projeto. A expectativa é que as obras comecem até 2026, caso o cenário se mantenha favorável.
O plano integra uma estratégia de expansão focada no chamado last mile, com galpões dentro ou próximos dos centros urbanos, otimizando a entrega de mercadorias. Em Guarulhos, a localização estratégica próxima à capital paulista, ao Aeroporto Internacional e a importantes rodovias é vista como trunfo para atender a demanda de e-commerce e de grandes redes varejistas.
Além de Guarulhos, há outros terrenos em análise em Cajamar (SP) e Campo Grande (RJ). Neste último, porém, os planos foram colocados em compasso de espera por conta da insegurança pública. “Tiramos o foco do Rio. A violência tem pesado nas decisões”, afirmou Bertoletti.
Atualmente, a Goodman opera três galpões no Brasil — em Itaquera (SP), Cajamar (SP) e Duque de Caxias (RJ) — e tem outros três em construção em Santo André e nos bairros paulistanos de Interlagos e Jaguaré. Ao todo, a companhia soma 330 mil m² de área bruta locável no país.
