O Google está desistindo dos planos de eliminar os cookies de terceiros no navegador Chrome, anunciou a companhia na segunda-feira, 22. Em vez disso, usuários vão ter de concordar se permitem que seus dados sejam manipulados por websites desconhecidos.
Os cookies de terceiros são informações pessoais geradas de visitas a um site, mas repassadas para terceiros, que podem monetizá-los. Esses dados são como rastros deixados na web, incluindo histórico de navegação, cliques e perfil demográfico. Eles permitem que marcas entendam os hábitos de seus consumidores e, assim, consigam criar e direcionar publicidade de maior interesse para o usuário.
Nos últimos anos, porém, a prática de coleta de cookies de terceiros tem sido abandonada por diversas companhias por violar regras de privacidade. Anunciantes mostraram-se contra, afirmando que seus negócios seriam prejudicados.
Empresas como Apple (do navegador Safari) e Mozilla (dona do navegador Firefox) anunciaram mudanças nas políticas de privacidade de dados.
Já o Google informou, em 2020, que iria abandonar a utilização de cookies de terceiros no principal browser do mercado, com prazo marcado para 2022. Posteriormente, a companhia veio adiando a decisão e, até o último comunicado, deixou para encerrar a prática de coleta até 2025.
O Google tentou criar maneiras de substituir os cookies de terceiros nos serviços da empresa. Mas, segundo a companhia, as soluções se mostraram ineficientes.
Agora, a companhia afirma que está discutindo com agências reguladoras para encontrar uma solução que agrade o mercado.
"Isso vai exigir um trabalho significativo de muitos agentes (do mercado) e vai ter impacto sobre publishers, anunciantes e todos os envolvidos na publicidade digital", declarou o vice-presidente de Privacy Sandbox do Google, Anthony Chavez, no comunicado da empresa na segunda-feira.
"Em vez de eliminar os cookies de terceiros, introduziríamos uma nova experiência no Chrome que permite que as pessoas façam uma escolha informada que se aplica a toda a sua navegação na Web, e elas poderiam ajustar essa escolha a qualquer momento", acrescentou.