Estadão

Google reuniu R$ 35 bi para startups no País

O Google for Startups, programa dedicado a impulsionar empresas de tecnologia, acelerou 250 startups desde que começou a atuar no Brasil, em 2016 – ao todo, essas empresas levantaram R$ 35 bilhões em investimentos por meio de fundos de capital de risco e geraram cerca de 15 mil empregos.

Os números fazem parte de relatório de impacto feito em parceria com o instituto Kantar e divulgado pela companhia ontem, em comemoração aos cinco anos do projeto no País.

A taxa de crescimento dos aportes nas startups participantes do programa foi de 108% ano a ano – o investimento não é feito diretamente pelo Google, e sim por outros agentes do ecossistema conectados às empresas por meio do projeto. Desde 2020, a companhia mantém um fundo dedicado a startups de fundadores e líderes negros, chamado Black Founders Fund, mas o valor já investido pela iniciativa não foi revelado.

Segundo o relatório, startups da rede do Google for Startups levantaram em média R$ 4,5 milhões por meio de fundos em 2020, volume 86% superior ao investimento recebido no primeiro ano do programa no País.

Desde 2016, cinco das startups brasileiras que participaram da iniciativa se tornaram "unicórnios" (título dado a empresas de inovação avaliadas em mais de US$ 1 bilhão): Creditas, Loft, Loggi, Nubank e QuintoAndar.

"Ao longo desse período, com a expansão do acesso à internet móvel, passamos a incorporar uma série de produtos e serviços na rotina. Às vezes, nem lembramos mais como era a vida sem eles", escreveu André Barrence, diretor do Google for Startups na América Latina, no relatório. "Várias dessas transformações só foram possíveis por causa de startups."

<b>Ecossistema</b>

Além da atuação do programa, foram avaliadas as percepções dos fundadores de startups sobre a evolução do ecossistema brasileiro de inovação como um todo nos últimos anos. Apesar de ter aumentado o volume do setor e o acesso a organizações e programas de suporte a startups, empreendedores ainda citam o ambiente regulatório como principal entrave.

"O ambiente regulatório teve melhorias, mas ainda é um dos pilares do ecossistema que merecem atenção", diz Barrence.

Lincoln Ando, fundador e CEO da startup Idwall, que participou de programas da companhia, aponta que alguns avanços em regulação nos últimos anos foram fundamentais para a evolução da empresa, que hoje soma 209 funcionários e 250 clientes.

"Em 2014, houve a regulamentação de abertura e fechamento de contas bancárias online. Com essa mudança do Banco Central, não só os bancos e as fintechs tiveram oportunidade de explorar o segmento, mas também empresas de segurança como a Idwall", disse Ando.

Olhando para frente, a tendência é de que a abertura do mercado ao trabalho das startups se consolide, diz Barrence. "Acredito que as startups terão um papel de protagonistas no processo de retomada da economia, com capacidade de adaptação e velocidade para crescer."

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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