Estadão

Governador afastado do Tocantins renuncia para escapar de impeachment

O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), renunciou ao cargo por volta das 14h43 desta sexta-feira, 11. A Carta de Renúncia foi protocolada pela defesa do agora ex-governador três horas antes do segundo turno de votação do parecer do relator, deputado Júnior Geo (Pros), que encaminha o processo de impeachment do político para análise do Tribunal Misto, a ser formado na próxima semana. Na primeira votação, na quinta-feira, os 24 deputados votaram a favor e o segundo turno estava convocado para as 17h40.

Carlesse alega que a renúncia é prova de sua abnegação ao cargo público e para dar estabilidade política, econômica e fiscal ao Estado e busca evitar uma crise institucional com a exposição "desnecessária" dos poderes tocantinenses durante a discussão político e jurídica em um "injusto" processo de impeachment.

O agora ex-governador afirma que a finalidade da renúncia é para se defender de forma "tranquila e serena" sua defesa no Poder Judiciário "em relação às injustas e inverídicas" acusações que lhes fazem a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal.

Afastado pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 20 de outubro do ano passado, por 180 dias, em meio a investigações da Polícia Federal por suposta cobrança de propina de prestadores do plano de saúde dos servidores. Investigado também por aparelhar a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e evitar que seu grupo fosse alvo da Polícia Civil, Carlesse e antiga cúpula foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República no STJ.

O presidente da Assembleia, Antônio Andrade (PSL), confirmou que a sessão extraordinária convocada para as 17h40 está mantida. "Aprovaremos a ata da sessão de ontem, do primeiro turno, abriremos espaço para o advogado do governador fazer a leitura da carta de renúncia e encerraremos a sessão". Segundo Andrade, outra sessão será convocada para as 19h, para empossar o vice-governador, atual interino, Wanderlei Barbosa (sem partido) como governador do Estado, no Plenário da Casa.

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