O governador de Alagoas, Paulo Dantas, foi a Brasília nesta quarta-feira, 26, e pediu a suspensão da possível venda da Braskem para o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, relator da representação encaminhada pelo governo estadual e pelo Senado Federal, que contesta os acordos financeiros firmados pela petroquímica.
De acordo com nota do governo de Alagoas, o negócio prejudicaria diretamente os moradores das regiões atingidas pelo afundamento do solo em 2018, decorrente das atividades de exploração de sal-gema pela Braskem.
O governador de Alagoas afirmou que o Estado foi prejudicado pela exploração da mineradora e disse que é necessário que os danos causados ao governo sejam observados nas negociações para a venda da empresa. "O estado foi impactado diretamente com a perda de postos de saúde e escolas desativadas, um hospital psiquiátrico e uma central da Samu, além de uma perda brutal de arrecadação do ICMS daquela região", explicou.
<b>Acordo com a prefeitura de Maceió</b>
Durante o encontro com o ministro Aroldo Cedraz, o governador de Alagoas criticou o acordo firmado entre a prefeitura de Maceió e a Braskem. Anunciado na última sexta-feira, 21, a negociação entre o município e a petroquímica prevê o pagamento de R$ 1,7 bilhão pelos danos ambientais provocados pelo desastre.
De acordo com o governo de Alagoas, Dantas teria dito que, pelo acordo, a empresa pode comercializar as áreas e imóveis caso consiga estabilizar o terreno, o que proporcionaria um lucro de R$ 50 bilhões em vinte anos.
"É o maior case imobiliário especulativo do mundo. A empresa que cometeu um crime ambiental sem precedentes pode lucrar bilhões de reais em alguns anos. O acordo simplesmente faz o causador do desastre lucrar, e a vítima, pagar o preço", afirmou o governador.