O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), garantiu em nota à imprensa que todos os hospitais de campanha para o combate da covid-19 no Estado serão entregues. Em suas redes sociais, ele disse que é preciso garantir o atendimento à população e que há preocupação com a possibilidade de uma segunda onda de contaminação.
"Todos os hospitais de campanha serão entregues. Junto com o comitê de especialistas e o secretário de Saúde, Fernando Ferry, ratificamos a preocupação com a segunda onda da doença. Estamos seguros sobre o atendimento às pessoas e garantiremos a retomada da atividade econômica", disse no Twitter neste sábado, 23.
Na quinta-feira passada, Ferry afirmou em entrevista ao telejornal RJTV, da <i>Rede Globo</i>, que alguns dos hospitais de campanha que estão atrasados poderiam não ser entregues.
Segundo o secretário, o atraso para a conclusão das obras e os números positivos da pandemia podem tornar as unidades desnecessárias.
A entrega dos hospitais de campanha no Estado do Rio está atrasada.
Em outra postagem no Twitter, Witzel afirmou que "erros serão consertados" e "irregularidades devidamente apuradas". "E quem se aproveitou desse terrível momento para se beneficiar deve ser julgado e punido. Não tenho compromisso com coisa errada. Vamos seguir juntos e fortes. E vamos vencer. Junto com os fluminenses", postou.
O governo tem enfrentado denúncias de corrupção em meio à pandemia, que já matou 3.905 fluminenses. O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) afirma que a secretaria estadual de Saúde do Rio gastou R$ 123,58 milhões a mais do que seria normal ao adquirir respiradores para equipar suas unidades de saúde no combate à pandemia do novo coronavírus.
Em auditoria cujo resultado foi divulgado na noite desta sexta-feira, 22, o órgão apontou o ex-secretário estadual de Saúde Edmar José Alves dos Santos e o ex-subsecretário Gabriell Carvalho Neves Franco dos Santos como principais responsáveis pelas irregularidades e solicita a apresentação de defesa ou o ressarcimento aos cofres públicos de R$ 36,59 milhões.
A auditoria foi realizada pela Secretaria Geral de Controle Externo do TCE-RJ entre os dias 27 e 30 de abril e analisou três contratos assinados para a aquisição de mil respiradores, no valor total de R$ 183,58 milhões. Foram contratadas três empresas: ARC Fontoura Indústria Comércio e Representações, A2A Comércio Serviços e Representações e MHS Produtos e Serviços.
Mais cedo, o governo do Estado do Rio de Janeiro informou, em nota, que a Controladoria Geral do Estado (CGE) ainda não foi comunicada do resultado da auditoria do TCE, por isso, não poderia se manifestar.
A reportagem tentou ouvir os dois acusados e as três empresas envolvidas, sem sucesso até a publicação deste texto.