Três governadores republicanos estão criticando os cortes propostos por deputados do partido no sistema de seguro de saúde dos Estados Unidos (Medicaid), pedindo que o Congresso se concentre na estabilização do mercado de seguros privados, de acordo com uma carta enviada nesta sexta-feira às lideranças do Senado.
O documento foi assinado pelos governadores do Ohio, John Kasich; de Nevada, Brian Sandoval; e de Massachusetts, Charlie Baker. A carta também foi assinada por quatro democratas: Steve Bullock, de Montana; John Hickenlooper, do Colorado; John Bel Edwards, da Louisiana; e Tom Wolf da Pensilvânia.
De acordo com o grupo, os legisladores devem melhorar o sistema de seguros, controlando os custos e estabilizando o mercado. A carta ainda afirma que a atual legislação da Câmara não consegue gerar impactos positivos em relação à cobertura para milhões de americanos.
“(A legislação) abre espaço para questionar a cobertura aos vulneráveis e falha ao providenciar os recursos necessários para garantir que ninguém seja deixado de fora, ao mesmo tempo em que desloca custos significativos aos estados”, diz o documento.
A carta foi entregue num momento em que a ala Republicana no Senado está elaborando uma revisão na legislação de saúde do país que reverteria partes do Affordable Care Act (ACA), também conhecido como Obamacare, e geraria cortes ao financiamento federal do Medicaid aos estados.
A manifestação dos governadores para substituir os esforços dos Republicanos para repelir o Affordable Care Act por uma abordagem bipartidária provavelmente irá intensificar a pressão sobre os republicanos centristas do Senado, que já estão desconfortáveis com os planos para reduzir o financiamento federal do Medicaid e eliminar a expansão do programa sob o ACA.
A presença do governador de Nevada no documento põe o senador republicano Dean Heller, do mesmo estado, numa posição particularmente difícil, uma vez que ele ficará entre as preocupações do governador quanto à abordagem do Congresso e o desejo dos líderes do partido no Senado, que querem que um projeto de lei seja aprovado pela Câmara.
O plano da Câmara traria cortes profundos no Medicaid, alterando a maneira como o programa estadual-federal para população de baixa renda é financiado. As mudanças gerariam a eliminação, em 2020, do financiamento federal para novos inscritos em 31 estados que expandirem o programa. Fonte: Dow Jones Newswires