Estadão

Governo acena ao agronegócio no relançamento do Conselhão

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez um aceno ao agronegócio no relançamento do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, o Conselhão, nesta quinta-feira, 4. A escalação do grupo inclui o presidente da Cosan, Rubens Ometto, e Eraí Maggi, empresário do ramo da soja. E também Ayala Ferreira, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

"Temos aqui no Conselhão uma presença maior do que nas edições anteriores de empresas do agronegócio", declarou Padilha em seu discurso.

Ele disse que isso aconteceu porque a economia brasileira mudou em relação ao que era nos primeiros governos Lula, daí a maior representatividade.

Também mencionou a presença de representantes da agricultura familiar, movimentos sociais e outros segmentos do campo.

Na última semana, o governo teve um momento de estresse com o agronegócio. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deixou de ir à Agrishow, uma das principais feiras do setor, depois de a organização do evento pedir que ele não fosse à abertura para não se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Também houve desentendimento com o MST nos primeiros meses de governo. Em abril, o movimento, aliado histórico do PT, realizou invasões de terra que causaram desgaste ao Planalto.

De acordo com Padilha, a lista de participantes do Conselhão é para "mostrar para o Brasil que nós não queremos viver num cercadinho, que não queremos viver dentro de nossas bolhas".

O ministro afirmou que há mais de 40% de mulheres entre os 246 integrantes do Conselhão, além de 30% autodeclarados negros, pardos ou indígenas. O ministro também declarou que há representantes dos 27 Estados. O tema central das conversas, de acordo com ele, será a desigualdade.

A equipe do Ministério da Fazenda, encabeçada por Fernando Haddad, chegou com o discurso de Padilha já em andamento.

O Conselhão é um fórum organizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro governo para ouvir setores da sociedade de dentro e fora de seu campo político e, assim, reduzir o desgaste do governo com esses segmentos. O órgão ficou desativado por anos depois do fim dos governos petistas.

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