Após congelar tarifa básica do trem e do metrô, governo Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu reajustar em até 7,1% o preço das passagens de ônibus em 571 linhas operadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) em São Paulo. Além disso, o governador instituiu a cobrança de tarifa de integração de R$ 1,00 nos terminais Diadema, Piraporinha, São Mateus, da EMTU, e de R$ 1,12 nos terminais Capão Redondo e Campo Limpo, do Metrô. As medidas entram em vigor a partir do próximo domingo, 8.
O presidente da EMTU, Joaquim Lopes da Silva Júnior, afirmou nesta quinta-feira, 5, que a tarifa para acessar os terminais é para “equilibrar os contratos” com a concessionária. Ele concedeu entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde ocorria um evento sobre Saúde Pública. Presente no local, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) não respondeu sobre o assunto.
“Em 2012, nós transferimos para o concessionário algumas obrigações adicionais, por exemplo, a manutenção da rede área dos 33 quilômetros de corredor”, disse. “É uma despesa anual de R$ 17 milhões, agora estamos reequilibrando.”
Silva Júnior classificou como “desigual” a relação entre os municípios atendidos pelo Corredor ABD. Segundo afirma, os passageiros pagam “tarifa de integração cheia” nos Terminais de Santo André, São Bernardo, Mauá, na Grande São Paulo, além do Jabaquara, na zona sul da capital. “Nos Terminais Diadema, Piraporinha e São Mateus, a transferência era livre”, afirmou.
Segundo o presidente da EMTU, a medida vai impactar menos de 10% dos 288 mil usuários do Corredor ABD. “Não seria correto dividir as despesas para todos os outros passageiros. São 27 mil passageiros não pagando nada”, disse.
Inflação e variação de preço dos insumos, como mão-de-obra e combustível, foram os motivos apontados por Silva Júnior para justificar o reajuste nas tarifas da EMTU, que faz parte do sistema estadual.
Questionado por que a gestão João Doria (PSDB) conseguiu anunciar o congelamento da tarifa, ao contrário do Estado, o presidente disse que se tratam de “modelos diferentes”. “O sistema metropolitano não tem nenhum subsídio, é zero subsídio. Portanto, a receita arrecadada tem de cobrir os custos”, afirmou Silva Júnior. “Essa é, basicamente, a razão.”
“A gente já ressarce, por força de lei, duas outras gratuidades: o Passe Livre e o Sênior Paulista. São R$ 160 milhões por ano, R$ 120 milhões só na Grande São Paulo. Solicitar mais recurso (ao governo estadual) não nos pareceu razoável”, disse o presidente da EMTU.
Em dezembro, uma das propostas estudadas pela equipe de transição do prefeito João Doria para garantir o congelamento da tarifa na cidade de São Paulo era reduzir a entrada de ônibus da EMTU e obrigar os passageiros que chegam de cidades vizinhas a pegar um coletivo municipal. Dessa foram, aumentaria a receita tarifária da Prefeitura.
“Formalmente, não nos foi apresentado nenhum estudo nesse sentido”, afirmou Silva Júnior, ao responder se as medidas tinham relação com a proposta de Doria. “Mas estamos disposto a rever nossa rede.”
Veja como fica o reajuste por área de concessão
Área 1 – Consórcio Intervias
Municípios: Juquitiba, São Lourenço da Serra, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Embu, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista e Cotia
Reajuste médio: 6,65%
Área 2 – Consórcio Anhanguera
Municípios: Cajamar, Caieiras, Itapevi, Jandira, Carapicuíba, Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Francisco Morato e Franco da Rocha
Reajuste médio: 6,58%
Área 3 – Consórcio Internorte
Municípios: Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel
Reajuste médio: 7,18%
Área 4 – Consórcio Unileste
Principais municípios: Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Poá, Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba Mirim, Salesópolis e Suzano
Reajuste médio: 6,64%