O governo instaurou um gabinete de crise para monitorar a segurança de instalações do setor elétrico, após três torres de transmissão de energia serem derrubadas no Paraná e em Rondônia entre a noite de domingo, 8, e a madrugada de segunda-feira, 9. As empresas responsáveis pelos empreendimentos relataram indícios de "sabotagem". O grupo vai apurar a relação da queda com os atos de extremistas no domingo, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.
Nos próximos 15 dias, as empresas devem encaminhar informações à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre qualquer ato ou tentativa de ataques às instalações físicas ou à segurança cibernética dos ativos. No Paraná, uma torre que leva energia da hidrelétrica binacional de Itaipu à subestação de Ibiúna, em São Paulo, foi derrubada a 50 quilômetros da subestação de Furnas, e outras três torres sofreram danos. Em boletim da Aneel, a empresa disse que não houve sucesso nas tentativas de religamento e há indícios de vandalismo. "Não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado a queda de torres."
Em Rondônia, foram registrados danos em uma linha de transmissão que faz a interligação das hidrelétricas Santo Antônio e Jirau com o sistema elétrico. Também foi avariada a coletora Porto Velho/Araraquara. O fato levou à interrupção temporária de 14 turbinas das duas hidrelétricas, e há indícios de que tenha sido provocado por "sabotagem". Ao menos uma das torres derrubadas teve os pés cortados.
Duas torres de transmissão foram derrubadas. De acordo com boletim da agência reguladora, não houve interrupção do fornecimento de energia. Fontes relataram ao <i>Estadão/Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que ambas as linhas de transmissão têm sistema de duplicidade para casos de acidente.
Paralelamente às análises técnicas que serão realizadas por Ministério de Minas e Energia, Aneel e Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), há também investigações para saber se há conexão entre as ações e os atos golpistas ocorridos na capital federal.
<b>Solicitações</b>
Em documento enviado às empresas dos setores de transmissão, geração e distribuição, a Aneel solicitou que prestem informações pelos próximos 15 dias, indicando "qualquer ato, tentativa ou suspeita de ataques às instalações físicas ou à segurança cibernética dos ativos".
A Aneel pediu, ainda, que as empresas estabeleçam contatos prévios com os órgãos de segurança pública dos Estados e suspendam o fornecimento de energia de possíveis instalações provisórias, relacionadas a acampamentos clandestinos de manifestantes, e identifiquem proprietários ou consumidores responsáveis.
Em ofício ao ONS, a agência pediu que o órgão reforce a atenção sobre eventuais ocorrências associadas a vandalismo nas linhas de transmissão e em centros de operação das concessionárias.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>