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Governo brasileiro reforça vigilância contra vírus Ebola

O governo reforçou recomendações às equipes de saúde encarregadas de atender passageiros que apresentaram durante a viagem ao Brasil problemas como febre, diarreias ou hemorragias. A medida, na avaliação do Ministério da Saúde, é suficiente para identificar de forma rápida casos de uma eventual contaminação por Ebola em viajantes – vírus que de acordo com a Organização Mundial da Saúde é responsável por epidemia que até agora atingiu 1.300 pessoas e provocou 729 mortes na África Ocidental.

Medidas mais drásticas, como a suspensão de voos, não estão sendo analisadas. Pela rotina, a tripulação é orientada a encaminhar a agentes sanitários instalados em portos e aeroportos brasileiros pessoas que apresentem sintomas de doenças cuja causa não é identificada. Depois do desembarque, o viajante é encaminhado para uma área remota e, então, é avaliada por profissionais de saúde. “A atenção é praxe, e é dada para sintomas de voos procedentes de todos os locais, não apenas de regiões africanas”, afirmou o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

Nesta quinta-feira, 31, a Organização Mundial de Saúde anunciou um plano de resposta ao surto que prevê US$ 100 milhões. O governo brasileiro deverá enviar na próxima semana 10 kits para Libéria e Serra Leoa, com itens usados em catástrofes. No início do mês, um conjunto com mesmos produtos foi encaminhado para Guiné. Cada kit é suficiente para atender necessidades de 500 pessoas, por três meses.

Barbosa disse não concordar com as afirmações feitas por um integrante do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, Stephan Monroe, de que a doença possa se espalhar como “rastro de pólvora.” Para Barbosa, o maior risco de contágio ocorre para parentes de pessoas contaminadas e profissionais de saúde que tenham contato com paciente sem medidas de proteção necessárias.

“O vírus é transmitido pelo contato com sangue e secreções do doente. E, ao contrário de outras doenças, o contágio ocorre quando os sintomas da infecção – que são fortes desde o início – já estão presentes”, disse. Tais características, avaliou, reduzem o risco de transmissão. “Mas para isso é preciso que pessoas adotem medidas necessárias de cuidado”, afirmou. E completou: “Você não vai ver um paciente com Ebola andando na rua, ou pegando avião sem ter sintomas notados.”

O vírus Ebola foi identificado pela primeira vez na década de 70. Desde então, surtos isolados foram identificados, sempre com altos índices de letalidade. Desta vez, no entanto, as características da epidemia se alteraram: em vez de ficar concentrada em uma região, ela começa a se espalhar. Atualmente, a epidemia está confirmada na Guiné, Libéria e Serra Leoa.

O secretário atribui a maior extensão da epidemia a dois fatores. O principal, é a resistência da população na região adotar medidas de controle. Pelas características dos rituais fúnebres dessas regiões, há maior risco de familiares entrarem em contato com secreções e sangue dos pacientes.

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