Governo britânico autoriza retomada dos eventos esportivos a partir de segunda

Os eventos esportivos poderão ser retomados na Grã-Bretanha a partir da próxima segunda-feira, 1º de junho, sem espectadores, e desde que cumpram os protocolos de segurança contra o coronavírus elaborados pelo governo.

As orientações voltadas às entidades esportivas profissionais e que permitem o retorno das competições foram publicadas pelo governo britânico neste sábado, depois que as medidas restritivas impostas a partir de março para conter o avanço da covid-19 no país foram relaxadas.

"A espera acabou", disse o secretário de Cultura, Imprensa e Esporte, Oliver Dowden. "Esportes ao vivo voltarão em breve em ambientes seguros e cuidadosamente controlados", completou.

Entre as competições que serão retomadas está o Campeonato Inglês, cuja data oficial de retorno é 17 de junho. "Ainda há muito trabalho a ser feito para garantir a segurança de todos envolvidos", disse o chefe-executivo da Premier League, Richard Masters. O torneio deve ser concluído até o final de julho.

A decisão do governo permite que o GP da Inglaterra permaneça no calendário reformado da atual temporada da Fórmula 1. A direção do Circuito de Silverstone chegou a um acordo com a F-1 para fazer duas corridas no tradicional traçado neste ano. As provas estão previstas para julho.

As primeiras competições a voltar na segunda-feira serão as corridas de cavalos, sinuca e corridas de galgos, que se alinharam para retomar suas atividades após quase três meses de paralisação.

As corridas de cavalos na Grã-Bretanha empregam dezenas de milhares de pessoas e a ausência das competições desde março deixaram muitos enfrentando "dificuldades consideráveis", segundo o Jockey Club.

Há uma série de medidas que os profissionais do esporte terão de respeitar. Atletas e outros funcionários deverão viajar para os locais individualmente e
por transporte privado, sempre que possível. O rastreamento dos sintomas do coronavírus será necessário antes de entrar. Testes serão feitos regularmente. O indivíduo que testar positivo ficará isolado por um período de pelo menos sete dias.

Onde o distanciamento social não puder ser mantido – cada um a pelo menos 2 metros de distância do outro – as atividades precisarão ser avaliadas para que os riscos sejam mitigados. A imprensa foi instruída a reduzir o cruzamento com outras pessoas no local, incluindo jogadores. Há também a recomendação para que haja o distanciamento nas conversas entre jogadores e árbitros, bem como nas comemorações.

"Essas orientações fornecem a estrutura segura para os esportes retomarem as suas competições a portas fechadas", salientou Dowden. "Agora cabem aos esportes individuais confirmar que podem atender a esses protocolos e decidir quando podem reiniciar", acrescentou.

O secretário de Cultura, Imprensa e Esporte também disse que o momento "é significativo para o esporte britânico" e que o governo, "à medida que trabalha lado a lado com médicos e autoridades sanitárias, está criando os ambientes mais seguros possíveis para todos envolvidos".

Ainda que as competições profissionais foram autorizadas a recomeçar, os cidadãos não poderão, ao menos por enquanto, praticar esportes nas quadras, campos, parques e pistas do país.

"Estamos trabalhando duro para que o esporte de base volte a funcionar com segurança, para que as pessoas possam se reunir com seus próprios companheiros de futebol, rúgbi ou críquete e voltar a seus campos ou pistas de atletismo", afirmou o ministro do Esporte britânico, Nigel Huddleston. "Mas só faremos isso quando for seguro e apropriado fazê-lo, com base em pareceres científicos", ressaltou.

O governo, no entanto, permitirá, a partir de segunda-feira, que grupos de seis pessoas de famílias diferentes façam exercícios ao ar livre, contanto que permaneçam 2 metros separados. Atualmente, apenas duas pessoas de famílias diferentes podem se encontrar fora de suas casas.

Embora as mortes diárias por covid-19 tenham caído na Grã-Bretanha desde o pico em abril, outros 215 óbitos ainda foram relatados neste sábado pelo governo, elevando o número de mortos conhecido em todos os ambientes, incluindo hospitais e casas de repouso, para mais de 38 mil.

O vice-diretor médico da Grã-Bretanha e epidemiologista Jonathan Van-Tam disse que ainda é um "momento muito perigoso", mas assegurou que o retorno de eventos esportivos sem os espectadores "não terá nenhum impacto significativo" na taxa de contágio.

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