O governo britânico foi criticado ontem por um grupo de eurodeputados pela prisão do ativista francês Ernest Moret. Ele foi detido na terça-feira, 18, quando estava a caminho de uma feira de livros em Londres. Após ser interrogado pela polícia e ficar 24 horas detido, ele foi enviado de volta a Paris. Seu celular e seu laptop, no entanto, ficaram com os investigadores.
A polícia alegou que a lei britânica permite a prisão e o interrogatório de qualquer suspeito de terrorismo. Moret, que é gerente de uma editora, teria sido preso por obstrução quando se recusou a fornecer senhas para desbloquear seu telefone, segundo a Éditions la Fabrique, sua editora.
Os eurodeputados acusaram o governo britânico de infringir os direitos humanos e abusar da lei antiterrorismo. Em carta à secretária de Justiça, Suella Braverman, eles disseram que Londres seria cúmplice da repressão na França. Em Paris, parlamentares também pediram explicações ao presidente Emmanuel Macron, que teria requisitado a prisão de Moret.
Durante seu interrogatório, segundo Richard Parry, advogado de Moret, ele foi questionado se apoiava Macron e indagado sobre sua participação nas manifestações. "Isso indica uma cumplicidade entre as autoridades francesas e britânicas", disse Parry.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>